Roger Schmidt esboçou um conjunto de reparos às arbitragens recentemente e há quem tenha feito a alusão de que o treinador germânico possa não ser tão diferente como os treinadores latinos que, como é comum dizer-se, 'fervem em pouca água'. Mas Carlos Barbosa da Cruz, advogado e antigo dirigente verde e branco sai em defesa do técnico alemão do Benfica, realçando que não se podem comparar as cenas protagonizadas pelo banco do FC Porto com os gestos de Roger Schmidt em Braga, por exemplo.

"Com toda a franqueza não há comparação possível. É brincar com o pagode", comentou Carlos Barbosa da Cruz, referindo-se ao facto de, em sua opinião, as "coreografias" dos elementos do banco do FC Porto não serem comparáveis. "As coreografias do FC Porto não são nada que se assemelham a isto", disse Carlos Barbosa da Cruz, sustentando que se viu um "protesto civilizado" por parte do treinador do Benfica Roger Schmidt.

"Não me ponham a defender o Benfica que eu até me torço todo e engasgo"

"Não me ponham a defender o Benfica que eu até me torço todo e engasgo. É comparar o incomparável [Schmidt com Conceição]. Tem um protesto dentro dos limites do aceitável. Estava indignado. Se calhar, excedeu-se um bocadinho mas nada que se compare com a coreografia FC Porto", insistiu o antigo dirigente do Sporting, em declarações na CMTV.

De resto, Carlos Barbosa da Cruz sustentou ainda a ideia de que o FC Porto cria um ambiente aos árbitros no qual se torna difícil expulsar os seus jogadores.

"Há aqui um pequeno pormenor que é preciso ter em conta. Hoje em dia expulsar um jogador do FC Porto é um risco profissional", admitiu Carlos Barbosa da Cruz.

O antigo dirigente do clube lisboeta sublinha que, nesse cenário, "o árbitro leva com os jogadores todos do FC Porto em cima, é o risco dele, e depois leva com o Sérgio Conceição a seguir ao jogo".

"O Sérgio Conceição é uma vítima não há dúvida nenhuma"

Em estúdio, ouviu-se uma voz a defender Sérgio Conceição, sendo que Carlos Barbosa da Cruz ironizou ainda. "O Sérgio Conceição é uma vítima não há dúvida nenhuma", concluiu Carlos Barbosa da Cruz.

As críticas às arbitragens têm sido muitas ao longo da temporada e o clima de insatisfação cresceu nas últimas semanas com águias e leões, sobretudo, a fazerem-se ouvir contra o trabalho de elementos da arbitragem e o seu trabalho nos campos de futebol em Portugal.

A Federação Portuguesa de Futebol, que tutela o setor, mantém o silêncio em relação às críticas, sendo que tem sido a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) que tem feito chegar várias queixas ao Conselho de Disciplina da FPF a respeito de atitudes e declarações de alguns responsáveis de clubes em Portugal.