O FC Porto tem estado discreto neste mercado de transferências. Os dragões contrataram um extremo, Pepê, ainda no decorrer da última época (por 15 milhões de euros) e recentemente apresentaram duas caras novas: o central Fábio Cardoso (2,2 milhões) e o médio Bruno Costa (2,5 milhões de euros).

Ao mesmo tempo, Corona vai entrar no último ano do contrato e Otávio tem sido associado ao Liverpool. Com o início da época 2021/22, as cláusulas de rescisão de ambos terão aumentado, com a de Otávio a passar de 30 para 60 milhões de euros e a de Corona a subir dos 25 para os 40 milhões. No entanto, o mexicano ficará livre no próximo verão.

“O Otávio renovou, mas foi difícil. E tem acontecido muito, é isso que acho estranho. Não é normal, nas equipas do FC Porto, Pinto da Costa avançar tão tardiamente com as renovações. E já perdeu muitos jogadores dessa forma”, salientou José Sousa, antigo lateral dos dragões.

Otávio, que renovou quando estava a meses de ficar livre para assinar por qualquer clube, poderá ter sido uma exceção. “Falou-se muito de outros clubes, como o Milan, mas o certo é que o Otávio quis ficar e o FC Porto chegou-se à frente e renovou”, lembrou Sousa, durante a análise à situação do mercado de transferências, na Sport TV.

Dada a importância que Corona tem tido na equipa portista, a renovação do internacional mexicano ganha prioridade sobre as eventuais contratações. “A cláusula do Corona baixou para metade e voltou para o valor que estava estipulado. Agora vai terminar contrato, é mais um dossiê para Pinto da Costa e Sérgio Conceição. Pinto da Costa vai ter que trabalhar muito para tentar convencer Corona a renovar”, alertou.

Se surgir um ‘tubarão’, “é quase impossível” que Corona continue no Dragão, apontou Sousa, insistindo no exemplo de Otávio: “Estava a terminar contrato, renovou e fez talvez a melhor época no FC Porto. Mas nem sempre isto acontece”.

O ex-defesa dos dragões não tem dúvidas: o onze do FC Porto será montado a partir da estrutura formada por Corona, Otávio e Luis Díaz, a revelação da recente Copa América. “Estamos a falar de um tridente que vai ser a base de Sérgio Conceição para a próxima temporada”, antecipou.

O FC Porto parte para a temporada 2021/22 sem um jogador que foi nuclear nos últimos anos: Moussa Marega. Apesar da importância que o avançado maliano teve nas estratégias de Sérgio Conceição, o FC Porto não necessita de contratar um dianteiro para o seu lugar. “Há qualidade de sobra”, garantiu Sousa.

“O FC Porto não fez grandes contratações e as que fez é na esperança de que funcionem. É uma equipa forte e sólida a meio-campo, mas na defesa precisa de mais um central, caso haja uma lesão. É uma equipa de Liga dos Campeões, tem de ter mais um bom central”, sustentou.

Isto porque os dragões não podem continuar a depender de Pepe, um central de valor inquestionável, mas já com 38 anos. “Já não sei o que dizer do Pepe, é só olhar para o Europeu que fez. Mas lesionou-se algumas vezes, o que é normal, olhando para a idade. Era fundamental para o FC Porto contratar outro central de peso”, concluiu José Sousa.