Portugal
"Não domesticará acéfalos" mas comunicação diferente pode ter vantagens
2020-05-20 16:20:00
Ex-árbitro deixa ideia para um setor "eternamente sob brasas"

Duarte Gomes entende que o setor da arbitragem precisa de se reinventar ao nível da comunicação para que os adeptos possam compreender algumas das decisões tomadas pelas mulheres e homens do apito.

Num setor "eternamente sob brasas", Duarte Gomes acredita que a comunicação para o exterior poderia visar a explicação das nomeações mas também das avaliações e decisões tomadas por quem tem de zelar pelas regras.

Esta ideia "não domesticará os acéfalos" mas "aumentará a tolerância", acredita o antigo juiz internacional de futebol, que considera que a "imagem negativa dos árbitros" é um "carimbo" que "não nasceu hoje".

O ex-árbitro internacional entende que esta função no futebol apareceu para colocar em prática as regras quando os jogadores e as jogadoras não as conseguiam colocar no terreno e desde logo foram encarados 'de lado'.

"Daí a malandros, ladrões e corruptos foi um saltinho", assinalou num artigo de opinião que assina na Tribuna Expresso, onde faz notar que do "respeito inicial", que foi "sol de pouca dura", apareceu a "contestação", o "empurrão" e até mesmo a "agressão". 

Aconselhando o governo a criar medidas de defesa dos juízes nos campos de futebol, Duarte Gomes salienta que as coisas hoje estão de tal maneira que "é mais fácil um adepto encontrar uma agulha num palheiro do que um árbitro um penálti numa área".

Ainda que não queira os árbitros na conferência de imprensa após os jogos ou na zona mista ou zona de entrevistas rápidas, Duarte Gomes pede que a arbitragem acompanhe a evolução dos tempos da comunicação nesta altura.