Portugal
“Muitos não gostavam da ligação de Jesualdo ao Benfica. Eu não via problema"
2021-07-20 11:10:00
Pinto da Costa viaja pela primeira conquista de Jesualdo, lembra um Dragão cheio e volta a criticar fecho dos estádios

O presidente do FC Porto viajou pela primeira conquista de Jesualdo Ferreira, no FC Porto, em 2007. Na série documental ‘Ironias do Destino’, emitida no Porto Canal, o dirigente portista recordou uma conquista muito difícil, em que o clube da Invicta conquistou o campeonato pelo segundo ano consecutivo, desta vez sob o comando de Jesualdo Ferreira. 

“Jesualdo teve uma passagem muito positiva no FC Porto. No início gerou alguma desconfiança na massa associativa, porque muitos não gostavam da grande ligação que ele tivera ao Benfica. Eu não via qualquer problema”, lembra Pinto da Costa. 

“Ele entrou oito dias antes de começar o campeonato. Era uma situação muito complicada, e essa era uma das razões da minha escolha. Jesualdo Ferreira era um profundo conhecedor do futebol português, de todas as equipas. Portanto, de imediato se adaptou, assim como equipa. Teve grande sucesso. Foi um campeonato muito difícil, decidido na última jornada frente ao Desportivo das Aves”, recorda ainda o dirigente mais titulado do mundo. 

Nessa altura, destacam-se, por motivos diferentes, três guarda-redes. Nuno Espírito Santo defendia a baliza do Desportivo das Aves, Vítor Baía brilhava entre os postes do FC Porto e Helton começava a mostrar-se aos adeptos, para se transformar numa pedra essencial de grandes conquistas azuis e brancas. 

“Foi um ano muito importante para o professor Jesualdo. Ele tinha muitos anos de futebol como treinador principal, mas nunca conquistara nenhum título. Foi uma alegria muito grande. Senti-me recompensado e vi reconhecida a minha escolha. Jesualdo demonstrou àqueles que duvidavam que seria capaz de integrar a vida do FC Porto. Viveu apaixonadamente o FC Porto, não só nesse ano, como nos seguintes. Como vive qualquer clube em que ele esteja”, refere.  

Pinto da Costa via uma “equipa muito forte”, que estava “determinada”. “Eu não tinha a menor dúvida de que a equipa iria vencer”, confessa. 

O Estádio do Dragão encheu-se para o jogo do título. “O público foi fantástico. O estádio estava bonito, ainda não havia estas desgraças pandemias e estas inteligentes que andam a fechar estádios. Foi uma jornada fantástica, no primeiro de três títulos consecutivos de Jesualdo”, diz. 

A despedida de Vítor Baía e emergia Helton, que “teve muita personalidade”. “Nunca teve pressa em ganhar o lugar e teve como primeiro apoiante, que lhe limou algumas arestas, o Vítor Baía. Além de uma grande amizade, tinham um interesse comum: que a passagem de testemunho resultasse. E foi uma passagem de testemunho perfeita. O Vítor Baía foi o maior guarda-redes de sempre do FC Porto, mas o Helton foi um digno sucessor e foi muito importante nas vitórias que se seguiram”, sustenta Pinto da Costa. 

Antes de se impor no FC Porto, Helton foi cedido à União de Leiria, por iniciativa de Pinto da Costa, que falou com João Bartolomeu, o presidente do clube.  

“Conhecíamos bem o Helton. Ele jogava no Vasco da Gama, no Brasil, e não tínhamos dúvidas de que ele iria fazer história no FC Porto. Mas tínhamos o Vítor Baía no auge e não queríamos que o Helton ficasse parado”, recorda Pinto da Costa, que conta uma história curiosa sobre o “gato”.