Portugal
“Meu Deus, não marques penálti”. Abel Xavier recorda a mão do Euro2000
2020-03-03 15:35:00
Vinte anos depois, o defesa analisou o lance do encontro Portugal-França no Canal 11

No dia 28 de junho de 2000, Portugal jogava contra a França, que era, na altura, a campeã do mundo, a passagem para a final do Euro2000, realizado em conjunto pela Holanda e Bélgica.

Numa Seleção em que se destacavam jogadores como Luís Figo, Rui Costa e Fernando Couto, foi Nuno Gomes, aos 19 minutos, a inaugurar o marcador para a equipa treinada por Humberto Coelho.

Só que Thierry Henry restabeleceu a igualdade no início da segunda parte. Com o encontro a ir para prolongamento, no qual se jogava em regra de ‘golo de ouro’, chegou o lance capital, em que Abel Xavier defende com a mão o remate de Sylvain Wiltord.

Passados quase 20 anos dessa jogada, o defesa recordou, em entrevista ao Canal 11, todos os pensamentos que lhe passavam nesses poucos segundos.

“Há um momento chave, a defesa do Vítor Baía. Essa defesa se é uma defesa para canto, dava tempo para nos organizarmos, o que é normal, mas a bola ficou jogável. Estava o Trezeguet, num ângulo extremamente difícil, eu faço a compensação e corto a pequena área porque vejo que o Baía está fora da baliza e ponho-me numa posição de guarda-redes de andebol para tentar obstruir a visão em relação ao lance, porque percebi que o Trezeguet podia ter um ângulo para poder rematar”, começou por explicar o ex-internacional português.

Até que Wiltord, após a defesa de Vítor Baía, teve a bola e a baliza a sua mercê e tentou a sorte. Remate que terminou com a mão do, na altura, número 14 de Portugal.

“O que foi mais importante é que a bola bate-me na mão e fico no chão durante dois segundos. Eu tenho a perceção e penso ‘meu Deus, não marques’ porque estou no chão e sinto que a bola me bateu na mão. E depois com a pressão dos jogadores, o árbitro marca o penálti”, indicou.

Zinedine Zidane, ao minuto 117, não tremeu e marcou a grande penalidade que ditou a eliminação de Portugal no Euro 2000.

A competição ficou na memória de todos os portugueses, não só pelo bom futebol da Seleção, mas por dois jogos que estão na história, o 3-2 à Ingleterra em que Portugal conseguiu virar uma desvantagem de dois golos, com Luís Figo a marcar um golo de antologia.

E, finalmente, o 3-0 à Alemanha, em que Sérgio Conceição, atual treinador do FC Porto, fez um ‘hat-trick’ num jogo marcado pelo facto de Portugal ter jogado com as segundas linhas.