Portugal
Lance de Corona “é penálti claro e óbvio”, defende Duarte Gomes
2021-01-26 19:15:00
Ex-árbitro acrescenta que há também uma grande penalidade "indiscutível" no lance entre Cássio Scheid e Marega

O antigo árbitro internacional Duarte Gomes sustentou que ficou por marcar um penálti contra o FC Porto no jogo de segunda-feira com o Farense, numa jogada em que esteve envolvido Jesús Corona.

O lance ocorreu aos 19 minutos, quando, na sequência de um pontapé de canto para o Farense, a bola “tocou no braço esquerdo de Corona”.

“Para mim é um lance de pontapé de penálti claro, óbvio e que justicava a videointervenção”, defendeu o ex-árbitro, no seu canal ‘Kickoff’.

“Corona está sempre a ver a trajetória da bola, não estamos a falar de um lance à queima-roupa. Depois, na luta para ganhar a jogada, Corona tem uma primeira tendência de levantar o braço esquerdo, quase esticado, e é quando o recolhe que a bola bate no braço, que não está numa posição natural”, justificou.

Foi um lance “evidente” para a marcação de grande penalidade, pois o braço de Corona “está com alguma volumetria num movimento de risco elevado”, insistiu Duarte Gomes.

O analista de arbitragem ilibou Manuel Mota do erro, pois “quem está no terreno de jogo, naquela perspetiva, não vê rigorosamente nada do sítio onde aconteceu o lance”, pelo que teria de ser o videoárbitro ou o assistente “a dar uma melhor ajuda”.

No entanto, o FC Porto também pode reclamar de um penálti “indiscutível”, num lance aos 61 minutos, entre Cássio Scheid e Marega.

“Cássio Scheid toca primeiro na bola e depois, com a impetuosidade com que o fez, porque sabia que tinha Marega muito perto, acabou por acertar, para mim de forma claramente negligente, com a sola da bota muitíssimo alta na zona das costas de Marega, derrubando-o”, explicou.

Neste caso, houve “erro importante do videoárbitro”, porque em campo o árbitro “pode ter tido a perceção que o choque é inevitável”, não se apercebendo da abordagem “imprudente” do jogador do Farense, que fez “um contacto inevitável, desnecessário e faltoso”.

No total, pelas contas do analista, o jogo enfre FC Porto e Farense teve “oito situações” a merecer uma análise de possível penálti por parte do videoárbitro, para além de “várias incidêndias disciplinares”.

Num encontro “muito difícil de dirigir”, o árbitro Manuel Mota demonstrou qualidade e experiência, mas não teve “o melhor apoio possível por parte do videoárbitro”, resumiu o ex-árbitro.

O lance com Corona já tinha merecido uma crítica do treinador do Farense, Sérgio Vieira, na conferência de imprensa após o encontro: "É uma bola claramente de mão".

“O braço não está na posição normal, está levantado. O VAR tem os seus critérios, já em Braga nos tirou um golo feito não sei porquê, em Alvalade foi o que foi, com o Rio Ave foi o que foi. Não dá para entender o critério de decisão, mas temos de seguir em frente”, queixou-se o técnico do Farense.