O guardião brasileiro acredita ter ainda muito para dar ao futebol e recorda a trágica derrota frente à Alemanha em 2014
Assinou pelo Benfica em 2014, numa das decisões mais acertadas da carreira, segundo o próprio. Júlio César abriu o livro, em entrevista divulgada este domingo pelo “Globo Esporte”, na qual salienta que pretende continuar de águia ao peito, não obstante a época menos utilizado, e aponta ainda a um futuro regresso à seleção brasileira. Destacando que a sua casa é em Lisboa, o guardião dos encarnados considera que, aos 37 anos, ainda tem muito para dar ao futebol.
“Apesar dos 37 quase 38 [anos], acho que ainda tenho muita lenha para queimar no futebol. Sinto-me bem nos treinos. Estou a ter poucas oportunidades de jogar, porque o Ederson está a fazer um lindo trabalho. Mas, eu meti na minha cabeça que assim que o treinador precisar, eu tenho que estar preparado. A minha cabeça está focada no futebol ainda”, reiterou Júlio César, que poderá voltar a ter papel principal na baliza do Benfica e nas escolhas de Rui Vitória, com a saída de Ederson para o Manchester City acertada. “Atualmente estou a jogar pouco pelo Benfica, mas quem sabe o Ederson é vendido para outro clube [a entrevista teve lugar antes da transferência de Ederson] e eu volto a poder ajudar aqui com mais frequência no Benfica?”, questionou.
A viver em Portugal desde 2014, ano em que rumou do Queens Park Rangers para o Estádio da Luz, o guarda-redes brasileiro dá conta da receção acolhedora que os portugueses lhe proporcionaram e não se mostra modesto em tecer rasgados elogios ao país e à capital. “Cheguei até a falar que me sinto o ‘cara’ mais feliz do mundo. A cidade é maravilhosa. O povo português é carismático, caloroso, recebeu-me super bem, recebeu a minha família super bem, têm uma culinária maravilhosa. É o melhor país para se viver, a melhor cidade para se viver. Não poderia pedir outra.”
Com a seleção “canarinha” na mente
As últimas recordações que Júlio César tem de representar o Brasil são do desastroso desaire diante da Alemanha no Mundial 2014, no qual a turma “canarinha” saiu derrotada por 1-7 com a competição a ser disputada no próprio país. Momentos penosos para o guardião, titular nesse encontro, que pensou inclusive em colocar um ponto final na carreira após esse jogo. “Após aquela partida contra a Alemanha, reuni a equipa técnica e os jogadores da seleção e praticamente me despedi do futebol. Estava com as emoções muito alteradas e eu não conseguia raciocinar direito. A minha família estava presente e achou uma loucura, disseram que sou muito novo, que ainda tinha muito futebol pela frente”, revelou.
Continuou no futebol, rumou ao Benfica, voltou a encontrar alegria no desporto-rei e três anos depois não coloca de parte um regresso à seleção brasileira, da qual está ausente desde essa “humilhante” (tal como foi descrita pelos brasileiros e pela imprensa) derrota. “Ainda sonho com a seleção brasileira (…). Hoje, temos grandes guarda-redes na seleção brasileira. Jovens que estão a aparecer e a fazer um bom trabalho. Mas não tem nada definido pelo que tenho visto. Falta um ano ainda para o Mundial. Quem sabe o que pode acontecer no futuro? Eu nunca vou desistir de seleção brasileira, nunca vou desistir de jogar futebol, não vou desistir de fazer aquilo que mais amo”, vincou Júlio César.