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Jorge Correa: a futura super estrela argentina agora ao serviço do Marítimo
2018-03-04 11:00:00
A Jorge Correa o futebol prometeu o Mundo, mas apenas lhe trouxe contrariedades. Procura agora reabilitar-se no Marítimo

Quando Jorge Correa surgiu, em 2011, no seio de alguns dos melhores jogadores que vestiram a camisola do Vélez Sarsfield nos últimos anos, com apenas 18 anos, quatro meses e três dias, poucos adivinhariam a volta quase total que a vida e a carreira de Coco iria tomar nos anos seguintes. No meio de alguns dos jogadores mais importantes da história do Vélez Sarsfield dos últimos, Jorge Correa era tido como um dos mais promissores e joia da coroa da formação da equipa de Buenos Aires, bairro de Liniers. Uma lesão grave, em 2015, praticamente retirou Correa dos relvados desde então. Hoje, procura reabilitar a promissora carreira que lhe era antevista. Quando Jorge Correa surgiu, em 2011, poucos adivinhariam que meia dúzia de anos depois seria no Marítimo que Jorge Correa iria estar a jogar.

Quando entre 2009 e 2012, Ricardo Gareca levou o Vélez Sarsfield a três título nacionais argentinos (Clausura 2009 e 2011, bem como o Torneio Inicial 2012, venceu ainda a Copa Campeonato de 2013), o argentino liderou o Vélez a um dos períodos mais titulados da história de um clube que desde meados dos anos 90 não encontrava forma de elevar a sua relevância no contexto do futebol argentino. Gareca devolveu essa relevância ao Vélez. Por alguns meses, poucos anos, o Vélez Sarsfield voltou a ser um dos grandes do futebol argentino. A geração de talentos da equipa de Buenos Aires impressionava e muitos foram os que foram associados aos maiores clubes do futebol Mundial. A despontar no meio deles estava Jorge Correa. Trazido para a primeira equipa do Vélez aos 18 anos na primeira jornada do Apertura 2011 frente ao Godoy Cruz. Correa jogou 12 minutos. Substituiu David Ramírez e o Vélez entrou na temporada 2011/12 com um empate a um golo frente ao Godoy Cruz.

Fruto do título alcançado durante o torneio Clausura 2011, foi como campeão argentino que o Vélez iniciou a temporada. Foi ao serviço do campeão argentino que Jorge Correa, hoje ao serviço do Marítimo, fez a sua aparição no futebol mundial. Muito mudou deste então. Correa não pegou de estaca na equipa do Vélez. Na verdade, esse encontro frente ao Godoy Cruz foi o único que disputou na temporada de estreia e só em 2013/14 realmente pegou na equipa, agora, de Turu Flores. Pelo meio fez 14 jogos pelo Defensores de Belgrano em 2012/13. Foi em pleno período de afirmação, já depois de toda a uma temporada como figura central do Vélez de Turu, que tudo mudou para Jorge Correa.

A argentina vendeu Jorge Correa como “a próxima grande estrela”, como a “joia do Vélez”. Em 2014, o La Nación escreveu mesmo que “Jorge Correa é a joia do Vélez que pede uma oportunidade com grandes golos”. Na Argentina, Correa ficou conhecido como um jogador de grandes golos. Como o marcou frente ao Estudiantes em março de 2014, um golaço do meio da rua, batendo um jovem Rulli que já defendia a baliza do histórico emblema argentino. “O médio nascido em San Martín em abril de 1994 há muito tempo que está debaixo de olho de Turu Flores. Desde os tempos em que era assistente de Gareca que Turu Flores destacava um certo miúdo que ia dando nas vistas na equipa de reservas”, pode ainda ler-se na publicação argentina. Correa ganhou mesmo fama nos videojogos onde passou a ser um dos jogadores com mais potencial nas edições da primeira metade da presente década. Também em 2014, o conhecido portal Bleacher Report, colocou Jorge Correa numa restrita lista de potenciais “próximas super-estrelas a sair da Argentina”.

Coco estava no topo do Mundo por altura de 2014/15 e até o presidente do Boca Juniors assumiu publicamente o interesse na contratação de Jorge Correa. Em 2014, porém, tudo começou a mudar para Correa e começou o calvário do promissor médio argentino. Durante um encontro frente ao Gimnasia La Plata, em outubro de 2014, Jorge Correa é retirado de maca de campo e é-lhe diagnosticada uma rotura de ligamentos no joelho direito. Correa ficou seis meses fora dos relvados até abril de 2015, altura que regressou a campo durante 16 minutos à oitava jornada da liga argentina perante o Arsenal de Sarandí. Infelizmente, para Correa, foi sol de pouca dura. Nesse mesmo mês, perante o La Emilia, em jogo a contar para a Copa Argentina, Correa voltou a ficar estendido no chão agarrado ao joelho. Desta feita, ao esquerdo. Nova rotura de ligamentos. Mais seis meses fora de competição. Entre 2015 até ao dia em que o Marítimo bateu a concorrência de Botafogo e Fluminense à contratação de Coco, o médio argentino participou em apenas 25 jogos, tendo também sido operado à anca pelo meio.

Se Jorge Correa procura, hoje, reabilitar a sua carreira ao serviço do Marítimo, isso em nada está relacionado com a sua falta de qualidade futebolística. O promissor e talentoso médio argentino é, sim, um dos homens menos afortunados que saíram do futebol argentino dos últimos anos. Partilha, porém, com antigos companheiros de equipa no Vélez um dado curioso: poucos foram aqueles que, da equipa campeã com Gareca, confirmaram o imenso e quase interminável potencial que apresentavam. De entre nomes como Otamendi, Tobio, Bella, Canteros, Desábato, Ricky Álvarez, Cristaldo, Gino Peruzzi, Francisco Cerro, Rescaldani, Allione, Lucas Romero ou Facundo Ferreyra, poucos foram os que realmente vingaram no futebol mundial.

A Jorge Correa o futebol prometeu o Mundo, mas deu-lhe apenas contrariedades. Hoje, anos depois de ter sido considerado uma das grandes promessas do futebol argentino, depois de operações à anca e a ambos os joelhos, depois de golos de encantaram a América do Sul, procura reabilitar a carreira no Marítimo. Ainda há tempo para o futebol lhe cumprir todas as juras que prometeu?