Portugal
Jonas à caça do centenário, mas também do recorde de Pena
2017-11-06 21:30:00
Avançado do Benfica marcou nas últimas nove jornadas e igualou registo do compatriota, que vigorava desde 2000/01

Jonas foi o autor do primeiro golo da vitória do Benfica frente ao Vitória de Guimarães. Fê-lo pela nona jornada consecutiva. E se o fizer na próxima, quando o Benfica receber o outro Vitória, o de Setúbal, bate o recorde de jornadas consecutivas a marcar na Liga neste século. Foi o primeiro a fazê-lo desde Pena, em 2000, que chegou a Portugal para substituir Jardel no FC Porto. Tó Luís que travou o brasileiro há 17 anos, ao serviço do Aves, compara os dois. 

Nessa partida, o FC Porto venceu por 1-0, com o golo do triunfo a ser apontado por Aloísio. Foi a primeira partida em que Pena não marcou no campeonato e a que colocou um ponto final nessa série, igualada por Jonas em Guimarães. Na baliza avense estava Tó Luís, que foi o primeiro guarda-redes em Portugal a não sofrer um golo de Pena. “Fui eu?”, questiona-nos o antigo guarda-redes. “Já não me lembrava”, assume Tó Luís, entre risos.

“O Jonas é um jogador que só precisa de uma oportunidade para marcar. As equipas que jogam contra ele, possivelmente, têm sempre uma atenção redobrada porque ele pode fazer a diferença de um momento para o outro”, sublinha o antigo guarda-redes. Por sua vez, Nuno Afonso, que passou pelo Benfica no início da carreira e foi um dos centrais que marcou Pena nesse encontro, admite que já segue “muito pouco” o futebol nacional. “Sei que o Jonas é do Benfica, mas tenho visto pouco. Continuo a ser benfiquista e gosto de, às vezes, ir ao Estádio da Luz, mas não sei muito da atualidade”, garante-nos.

Tó Luís relembra a partida em que travou a sequência do avançado brasileiro. “Sabíamos que o Pena era uma referência e um jogador muito acima da média, que estava a fazer muitos golos. Recordo que na altura fomos chamados à atenção, não só para ele como para toda a equipa, pois o FC Porto era uma equipa completa. Mas ele era o homem golo e a concentração tinha de ser redobrada”, recorda Tó Luís, que atualmente trabalha como treinador de guarda-redes no Boavista.

“Perdemos 1-0, mesmo no fim… Já foi há muito tempo. Quem jogou comigo a central foi o José Vieira e o Marco Aleixo foi lateral direito. Perdemos só 1-0, foi bom. Lembro-me que era o goleador e tivemos especial atenção sobre ele, fizemos marcação individual. Mas num jogo do FC Porto contra o Aves qualquer jogador deles é perigoso”, frisa Nuno Afonso ao Bancada.

Das onze jornadas já disputadas na Liga, Jonas só ficou em branco na segunda, quando as águias venceram por 1-0 em Chaves. Desde então marcou sempre. Depois do SC Braga na jornada inaugural, Belenenses, Rio Ave, Portimonense, Boavista, FC Paços de Ferreira, Marítimo, Aves, Feirense e Vitória de Guimarães foram as vítimas que se seguiram. Contra os azuis do Restelo fez um hat-trick e na Vila das Aves um bis. Dessa forma, apontou 12 dos 13 golos que tem na Liga nas últimas nove partidas da Liga. Só Eusébio e Julinho haviam conseguido marcar em tantas jornadas consecutivas pelo Benfica.

O registo de Jonas é bem mais regular do que aquele que exibiu na temporada passada, onde o máximo conseguido foram três jornadas consecutivas a faturar. O mesmo número que tinha conseguido em 2015/16. Melhor esteve na época de estreia, em 2014/15, quando apontou golos em quatro jornadas seguidas. Agora, já vai em mais do dobro. Para bater o recorde deste século necessita de fazê-lo frente a um adversário que nem é dos clientes prediletos do brasileiro. Em cinco jogos frente aos sadinos marcou por três vezes, duas na Liga e uma na Taça da Liga. Mas nos dois jogos que fez na Luz frente ao Vitória apontou apenas um golo, em 2015/16 – na última época não jogou na Luz frente à turma setubalense.

 

Será no próximo dia 26 de novembro que Jonas poderá ter a possibilidade de quebrar o longínquo recorde de Pena. Pela frente deverá ter a oposição de Pedro Trigueira, guarda-redes habitualmente titular na baliza do Vitória de Setúbal. Tó Luís conhece bem o guardião, que também passou pelo Boavista, e confia na qualidade dele. Mas lembra que nem tudo depende do guarda-redes. “É uma questão de sorte. Conta muito o momento, a inspiração do jogador que está para marcar ou do guarda-redes que está para defender. Existem muitos fatores que nos levam ao sucesso ou ao insucesso. Penso que o Jonas frente ao Vitória de Setúbal, se tiver uma oportunidade, não vai desperdiçar”, remata o antigo guardião.