Os benfiquistas já esgotaram os adjetivos para elogiar João Neves, o menino formado na Luz que corre quilómetros nos jogos. O camisola 87 nunca dá um lance por perdido. Joga, faz jogar, assiste e marca. Dá a cara quando é preciso, aparece em todos os momentos. Nos bons, nos maus e mesmos nos mais dolorosos. Na vida como no futebol. João Neves é tido já como o capitão sem braçadeira na Luz.
Quando Roger Schmidt lançou João Neves na fase mais delicada da última época, poucos imaginariam que alguns meses mais tarde, João Neves seria o rosto maior do 'Terceiro Anel'. O esforço de João Neves em campo e com a camisola do Benfica há muito que lhe tem valido inúmeros elogios.
João Neves dá a cara e é olhado como capitão
Há mesmo quem diga que "podem vir jogadores experientes e por milhões que João Neves cola tudo". O internacional português, que já deixou o selecionador nacional rendido. De tal modo que há quem diga que não restam muitas alterantivas a Roberto Martínez e no Euro 2024, "tem de ser titular da Seleção Nacional".
João Neves não deixa ninguém indiferente e a importância em campo prolongou-se para fora das quatro linhas. A viver um dos piores momentos da sua vida pessoal, devido à morte da mãe, João Neves não deixou a equipa e a Luz e os benfiquistas não o deixar sozinho.
Durante os jogos do Benfica é comum ouvir os adeptos a entoar o nome do seu menino que, em algumas ocasiões, não conteve as lágrimas a correr-lhe pelo rosto de um jovem que cresceu rapidamente e hoje é um homem que se assume em campo e fora dele.
Recentemente, após o Benfica enfrentar um dos piores momentos da época, com a goleada no Estádio do Dragão, João Neves foi porta-voz do balneário. O camisola 87 deu a cara por todos os colegas. Enfrentou as câmaras, enfrentou o momento. Disse o que lhe ia na alma, o que o coração sentia. Afinal, até mais do que um jogador do plantel, é um benfiquista, como os milhões que hoje o admiram pelo que joga e pelo que é.
Há quem já lhe chame o capitão sem braçadeira, já que nenhum dos capitães do balneário apareceu para dar justificações e assumir o desaire. Sensivelmente 15 dias após perder a mãe, João Neves, que não faltou a nenhum jogo das águias, assumiu a responsabilidade e o peso da mística. E em alguns fóruns de benfiquistas já se pede que João Neves carregue a braçadeira de capitão.
"Se calhar, se não sair do Benfica, vai ser o próximo capitão do Benfica, pela postura que tem", admitiu Fernando Mendes, antigo jogador, na CMTV, dizendo que outros "acobardaram-se". "Não tenho a mínima dúvida".
Mas, afinal, o que é a mística do Benfica?
Shéu Han, antigo capitão do Benfica e durante largos anos uma das figuras do balneário do Benfica, conviveu com algumas das referências maiores do passado do Benfica.
Depois, enquanto dirigente do Benfica, procurou transmitir essa mística aos capitães. "Isso da mística do Benfica tem que ver com os gestos", começou por dizer Shéu Han.
"Eu, quando treino, quando jogo, quando estou no autocarro, quando chego a uma repartição qualquer, quando ando na rua, quando esotu num restaurante, seja onde for, enquanto nós estivermos a representar o clube, temos que estar à altura. No fundo, nós temos de ser juízes de nós próprios", afirmou Shéu Han.
Para o histórico ex-capitão encarnado "a mística é fazer sempre em prol. No fundo, é entrega total", explicou, em tempos, ao podcaste Visão Vermelha.
Para muitos, João Neves é nesta altura um jogador que reúne essas condições todas. Por isso, já lhe chamam o capitão sem braçadeira da Luz. Tem um pacto inesgotável com a entrega em campo e com a bancada.