José Taira considera que os encarnados têm mostrado diversos problemas defensivos
As debilidades defensivas do Benfica foram um tónico relevante nas análises dos últimos dias. Após a derrota diante do Boavista, onde os encarnados consentiram três golos, a equipa de Jorge Jesus voltou a encaixar três remates certeiros esta quinta-feira, no duelo da Liga Europa, frente ao Rangers.
A expulsão de Otamendi frente aos escoceses foi mais um episódio da falta de velocidade e rotinas que a linha defensiva dos encarnados vem apresentando neste início do campeonato.
“Jorge Jesus quando chegou disse que ‘este Benfica ia jogar o triplo’. Acho que ele tem essa ânsia de massacrar as equipas contrárias com esse jogo ofensivo, esse jogar o triplo. Ele não se pode é esquecer que atrás tem jogadores que ainda não estão totalmente entrosados e que têm normalmente 50 metros nas costas”, explica José Taira, no programa Futebol Total, do Canal 11.
José Taira, que se notabilizou no Belenenses, Salamanca e no Sevilha, com passagens por outros clubes, acredita que há ajustes a fazer e lembra que Otamendi e Vertonghen, a dupla que tem sido titular no eixo da defesa, não têm a velocidade de “Rúben Dias, Varane ou Sérgio Ramos”.
“Estamos a falar de um Otamendi que no jogo com o Boavista tem um lance em que parecia que ia a ser puxado, parecia o Tom Sawyer a correr. Nesse lance vê-se que ele não é um jogador que está a fluir no jogo. E o Vertonghen também não é um jogador rápido”, continuou.
Uma das soluções, acredita José Taira, passa pela subida de Vlachodimos no terreno, de forma a cobrir aqueles “50 metros” que são deixados nas costas da defesa. No entanto, o ex-médio defende que mais do que jogar o triplo ofensivamente, Jorge Jesus “tem que ir à procura de também defender o triplo”.
“São 50 metros que estão nas costas, com a defesa subida, o que o obriga o Vlachodimos a estar muito mais presente e atento. Tem que assumir isso, mesmo que lhe metam a bola por cima. Se calhar vai sofrer muito mais golos nas costas da defesa do que ‘chapéus’. Há aqui uma coisa que realmente o Jesus tem que ir à procura: jogar o triplo, sim, mas também defender o triplo”, rematou.
De resto, a ‘crítica’ à postura defensiva do Benfica já havia sido feita por César Peixoto, antigo jogador dos encarnados que defendeu ser necessário “um murro na mesa” por parte dos encarnados.
“O Benfica tem de dar um ‘murro na mesa’ e mostrar força coletiva e individual para dar a volta e mostrar-se afirmativo de forma a pontuar e a vencer. (…) Com as seleções e com jogos de dois em dois dias, o Jorge Jesus não tem tido tempo para corrigir as coisas e sofre muitos golos, coisa que não é normal nas suas equipas”, afirmou.
A equipa de Jorge Jesus recebe o SC Braga, no domingo. Depois de ter perdido no Bessa (derrota com Boavista por 3-0), naquela que foi, para já, a pior exibição da época, o Benfica está obrigado a regressar às vitórias, mas pela frente terá uma formação minhota que segue no terceiro lugar, com 12 pontos, apenas menos um que os encarnados, e com um registo de quatro vitórias consecutivas na prova.