O amarelo mostrado por Fábio Veríssimo a João Palhinha continua a dominar as conversas em Alvalade na antecâmara do dérbi com o Benfica, agendado para esta segunda-feira, à noite.

Carlos Xavier, antigo capitão dos leões, considera que este caso "é ridículo" e entende que este "só acontece no futebol português porque os árbitros são medíocres, fracos".

Não percebendo como é que Palhinha viu amarelo no Estádio do Bessa, poucos minutos depois de ser lançado em campo por Rúben Amorim, Carlos Xavier entende que tal situação poderia ter provocado uma outra situação mais delicada, caso Palhinha tivesse ficado desagradado com o amarelo a tal ponto que, posteriormente, tivesse uma entrada à margem das leis do jogo.

"Já que não pode acertar no árbitro era no primeiro que lhe fosse aparecer", disse Carlos Xavier, notando, ainda assim, que Palhinha não optou por essa via, preferindo descarregar a raiva nas lágrimas que lhe foram visíveis no encontro.

Carlos Xavier, presente numa conversa na Sporting TV, na qual participaram também os ex-jogadores Manuel Fernandes e Nélson, indicou ainda que é preciso que seja criada legislação desportiva sobre os árbitros.

"Os árbitros deviam levar multas pesadas", indicou o ex-futebolista leonino, certo de que se os jogadores, os treinadores e os dirigentes também são sancionados financeiramente pelas instâncias desportivas, os árbitros também deveriam ser.

Para o ex-capitão do Sporting, sem João Palhinha, Rúben Amorim perde a "balança" no conjunto verde e branco, sustentando que o centrocampista faz falta na manobra da equipa de Alvalade.

"Palhinha é a balança da equipa. Está em todo o lado. Tem feito um trabalho excelente de recuperação da bola. Sem Palhinha, a defender, a equipa não é tão forte", analisou Carlos Xavier.

O treinador do Sporting, Rúben Amorim, revelou na antevisão ao clássico que não incluiu João Palhinha na preparação do dérbi de segunda-feira com o Benfica, apesar dos leões terem recorrido para o Tribunal Arbitral do Desporto em busca da despenalização do médio.

"Para mim, é adquirido que Palhinha não vai jogar. O jogo foi preparado desta forma, já ando aqui há algum tempinho e percebo que [processo de despenalização] não vai ser assim tão rápido", afirmou o técnico Rúben Amorim, não dramatizando com a situação, apesar de reconhecer a Palhinha características ímpares.

"Tem características muito específicas que não se encontra no plantel, mas iremos lá de outra forma. Quem jogar, terá outras características, de certeza que vamos perdemos no confronto físico, na capacidade de luta, na capacidade de construir, que não se fala tanto mas tem evoluído muito. É um jogador muito rotinado nessa posição. Os jogadores que jogarem vão ter de dividir funções, o que dará outro estilo e se calhar será uma surpresa boa. Não estou nada preocupado, é uma pena ficar de fora, é importante para nós, mas temos jogadores para fazer face a essa ausência", comentou Amorim.