Antigo deputado do CDS e conhecido adepto do Sporting, Hélder Amaral volta a terreiro para criticar a forma como o Benfica se posiciona no futebol nacional, nomeadamente em relação à questão das claques, e tece criticas à forma como o Estado vai tutelando o futebol.

"É uma espécie de um mundo à parte, de uma máfia no pior sentido", disse Hélder Amaral, lembrando que futebol e política se "cruzam todos os dias porque têm interesses".

Em declarações no programa de Youtube O Espartano, o político e adepto leonino sustenta que o futebol "é uma atividade económica" e "tem uma importância fundamental no enquadramento de jovens, na representação do país ao nível de seleções". Por isso, entende que deveria ser encarado de outra forma e com outro cuidado e atenção por parte de quem deve fazer cumprir as leis do país.

"Interessa a alguns manter este Estado paralelo onde jogam no limite das regras e muitas vezes para lá das regras. E que permite criar esta teia de interesses que, pelos vistos, na imprensa internacional já chamam de um Estado dentro do Estado. E isto acontece sem que as pessoas façam uma análise crítica", comentou Hélder Amaral.

O político sente que "a justiça também olha para o futebol de forma diferente", embora reconheça que não pretende entrar muito pela questão dos magistrados.

"O futebol precisa da justiça mas de uma justiça de qualidade, justa, célere e independente", referiu, apelando a que exista uma "cultura de competitividade saudável".

Por tudo isto, nestas declarações, Hélder Amaral apela ainda a uma justiça desportiva "mais rápida e mais dura". "Uma justiça lenta não é justiça."

Afirmando ainda que "o futebol português está feito para que só dois ganhem", Hélder Amaral critica a forma como vários processos são conduzidos em Portugal, lembrando o alegado apoio do Benfica a claques ilegais.

"O presidente diz que não tem claques mas elas existem. Circularam matrículas de carros alugados pagos pelo Benfica às claques. Como é que alguém paga às claques que não tem apoios? Como é possível ter jogadores que dizem que lhes foi pedido para corromper. Corrupção ativa e passiva que estão tipificadas na lei. Há jogadores que dizem que foram corrompidos..."

Hélder Amaral lamenta que o futebol tenha chegado a este ponto mas também que o poder político não tome mão no estado atual das coisas que elencou e lamentou.