O presidente da SAD do Leixões, Paulo Lopo, explicou porque votou a favor da descida de Cova da Piedade e Casa Pia quando defendia o regresso da II Liga.
Com assento na direção da Liga, o dirigente leixonense tem sido um dos principais alvos das críticas dos clubes da II Liga, impossibilitados de terminar a época ao mesmo tempo que a I Liga prepara o regresso.
"O que eu pensei é que, se o Governo acha que a II Liga não tem as condições de segurança mas a I Liga tem, é preciso salvaguardar o futebol português e, se for preciso, sacrificar a II Liga em prol do futebol", justificou-se, ao intervir na 'Quarentena da Bola'.
Destacando a necessidade de proteger "a capacidade financeira dos clubes da I Liga", medida que classificou como "boa para o nosso futebol", Paulo Lopo lembrou que a decisão de terminar a prova e despromover Cova da Piedade e Casa Pia foi tomada por unanimidade.
"Eu estou na direção da Liga, mas não ia defender o meu clube para prejudicar os outros", sustentou o presidente da SAD do Leixões.
Considerando "quase evidente" que Cova da Piedade e Casa Pia "iam descer", o dirigente reconheceu que a situação "não é justa", mas foi "a medida possível".
A hipótese de um alargamento da II Liga seria "uma má decisão" porque o mercado nacional não daria "para pagar mais direitos televisivos", referiu ainda Paulo Lopo.
"Estamos há três anos a reduzir o número de equipas na II Liga para a tornar competitiva e financeiramente estável, estaríamos a deitar esse trabalho fora. Só com 16 equipas a II Liga se torna sustentável", insistiu o presidente da SAD do Leixões.
"As pessoas podem não ter noção, mas por vezes temos de fazer as coisas conforme as condições exigem. Foi-nos dada uma diretriz pelo Governo, a II Liga não pode jogar. A Federação aceitou, a Liga tinha de aceitar", finalizou.