A diretora executiva da Liga, Sónia Carneiro, afasta o cenário de alguns jogos do campeonato serem transmitidos em sinal aberto, como se chegou a pensar, já que isso poderá acarretar cortes nos lucros de alguns parceiros das equipas, como são as operadoras.

"Houve aí alguma polémica por causa dos jogos em sinal aberto", referiu a diretora da Liga, admitindo que o organismo precisa de defender os parceiros estratégicos.

A Liga tem de "proteger quem é verdadeiramente parceiro do futebol", afirmou Sónia Carneiro, em entrevista à SIC Notícias, destacando que na grande maioria das equipas os patrocinadores são "a NOS, a Altice, a Sport TV, e, de alguma forma, a Vodafone e a Olivedesportos".

Numa altura em que cresce o descontentamento de clubes e operadoras de transmissão televisiva, depois de Pedro Proença ter enviado uma carta ao governo, para o gabinete do ministro da Economia, e para o Presidente da República onde, entre outras coisas, lançou a proposta de que alguns jogos do campeonato pudessem passar em sinal aberto no contexto da pandemia, a diretora do organismo que gere as competições profissionais destaca a necessidade de proteger os parceiros do futebol.

"Se eles tiverem daqui algum benefício será muito bom para o futebol", referiu, dizendo que esse tema foi "mal interpretado por algumas pessoas".

Sónia Carneiro destaca ainda que o grande objetivo da Liga é que "o futebol recomece e aqueles que têm tido a coragem e a capacidade de, ao longo destes últimos anos, investir no futebol, tenham capacidade de continuar a fazê-lo".

A diretora da Liga lembra que "isto é uma indústria é futebol profissional".

Sobre este tema, João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, admitiu, recentemente, que entre as medidas para evitar aglomerações de adeptos quando a Liga recomeçar se chegou a pensar nessa solução (jogos em sinal aberto).

Porém, o governante não se quis comprometer com essa eventual ideia.

Nesta altura, a posição de Pedro Proença poderá estar perigo à frente da Liga. Logo mais, irá ocorrer uma reunião com os presidentes dos clubes e a continuidade do ex-árbitro à frente do organismo que tutela as provas profissionais poderá ser debatida.

A Renascença deu conta, na quarta-feira, que Proença está na "corda bamba".