Portugal
"Havia sentimento de salvação nacional para que Benfica ganhasse alguma coisa"
2020-08-02 19:10:00
Presidente do FC Porto denuncia "cancros" nos programas televisivos de comentário desportivo

Pinto da Costa, presidente do FC Porto, aproveitou o rescaldo da vitória na Taça de Portugal para denunciar os "cancros" que existem, no seu entender, nos programas televisivos de comentário desportivo.

"Havia um sentimento de salvação nacional para que o Benfica vencesse alguma coisa esta época", afirmou o dirigente portista, ao Porto Canal, à margem da cerimónia de entrega do troféu ao Museu do FC Porto.

"Fui sempre contra eles", continuou Pinto da Costa, referindo-se aos programas com comentadores afetos a clubes.

"Achava que estavam lá pessoas ditas adeptas que não tinham conhecimentos mínimos para palrar sobre futebol, não tinham isenção nem garantias inteletuais para proporiconar um bom programa. Sobretudo quando se passou a saber que havia cartilheiros, mudava-se de canal e estavam todos a dizer o mesmo", justificou.

Retirando autoridade a qualquer comentador que se apresentasse como representante do FC Porto, o histórico dirigente considerou que o fim dos programas com comentadores adeptos, já anunciado pela SIC Notícias e que será replicado pela TVI 24, é "um falso problema".

"A SIC Notícias fez um comunicado a explicar que era para bem do futebol, mas mantém lá aquele senhor que veio anunciar o cheque-mate do Benfica no Dragão em janeiro, foi ao microfone da SIC Notícias que fez essas afirmações. Acabou com um dos cancros, mas mantém outros", acusou.

Ontem, após a final da Taça de Portugal, Pinto da Costa assistiu no mesmo canal a um comentador "a perder largos minutos" a censurar a ausência de Sérgio Conceição, expulso pelo árbitro Artur Soares Dias ainda antes do intervalo, por alegada "falta de desportivismo e não saber ganhar".

"Além de má-fé, é ignorância", atacou Pinto da Costa, lembrando que os regulamentos impendem um treinador expulso de prestar declarações após a partida.

"É a prova de que acabar com esses programas não resolve o problema das televisões em termos de independência", finalizou Pinto da Costa.