Portugal
"Há uma tentativa clara de fazer pairar um fantasma sobre Alvalade", diz Vidigal
2021-03-08 18:00:00
Treinador e ex-jogador do Sporting sai em defesa de Rúben Amorim

O treinador Luís Vidigal considerou que a acusação contra Rúben Amorim e a SAD do Sporting, devido à inscrição do técnico, surgiu agora com o intuito de “desestabilizar” o grupo de trabalho leonino.

Vidigal, que na carreira de jogador passou pelo Sporting, salientou que “não faz sentido” acusar Rúben Amorim de fraude porque era Emanuel Ferro quem desempenhava a função de treinador principal, assumida por Amorim apenas depois de concluir o quarto nível.

“Acredito que seja uma forma de desestabilizar. Basta fazer as contas, não existindo razão alguma [para acusar Rúben Amorim] há aqui uma tentativa clara de fazer pairar um fantasma sobre Alvalade e tirar partido disso mesmo”, afirmou o técnico.

A acusação surgiu agora para colocar em causa “a valorização do trabalho extraordinário” que Rúben Amorim tem feito no Sporting, que venceu a Taça da Liga e lidera o campeonato de forma destacada.

“Não acredito que o Sporting cometesse o erro de inscrever Rúben Amorim como técnico principal não tendo essas habilitações quanto tem na estrutura alguém com essa fase concluída”, insistiu, lembrando que Emanuel Ferro “assumiu essa posição de técnico principal” enquanto Amorim não possuía a habilitação necessária.

Numa primeira reação, Luís Vidigal recebeu a notícia da acusação a Rúben Amorim com “alguma perplexidade”, mas com a “experiência” que tem dos relvados concluiu que há interesse nesse “fantasma” sobre Alvalade, devido ao “bom ritmo de vitórias que a equipa tem tido”.

“Sei, porque faz parte do mundo do futebol, que numa fase tão importante da época algumas coisas anormais poderiam surgir”, afirmou o técnico, durante um fórum na SportTV.

A finalizar, Luís Vidigal disse acreditar que Rúben Amorim “está tranquilo”, confiante de “a estrutura” do Sporting saberá proteger a equipa deste incidente. “Está a demonstrar a razão pelo qual é o treinador principal. Pela coerência do discurso, não será por aí que irão conseguir desestabilizar o grupo de trabalho”, finalizou.

A acusação, que nasceu de uma “participação apresentada pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol em março de 2020”, já foi repudiada pelo Sporting, que classificou o caso como “um dos episódios mais lamentáveis e surreais da história do futebol português”.

Em comunicado, os leões referiram que a Comissão de Instrutores da Liga considera “existir fraude na inscrição de Rúben Amorim como treinador, pretendendo ver o mesmo condenado a uma sanção de um a seis anos de suspensão de atividade”.

“A disciplina desportiva nacional pretende condenar o treinador Rúben Amorim a uma sanção mínima de suspensão por um ano pelo facto de o mesmo, respeitando os regulamentos em vigor, se ter inscrito como treinador-adjunto e não como treinador principal quando ainda não possuía habilitação para tanto”, referiu ainda o Sporting, sustentando que “este processo e esta acusação constituem uma mancha reputacional indelével no desporto nacional, com repercussões internacionais, por impedirem qualquer possibilidade de crença no regular funcionamento das instituições que movem o processo”.

José Pereira, presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, disse não querer comentar a situação até à conclusão do processo. "Isso é uma questão sobre a qual a Federação ainda terá de se pronunciar, não é uma decisão. Não vamos fazer qualquer comentário. Quando sair a decisão final, comentaremos", afirmou.