Portugal
"Há uma preocupação do Ministério Público em ter razão"
2020-03-01 21:20:00
Rui Gomes da Silva defende o Benfica das suspeitas de corrupção desportiva avançadas pela TVI

Rui Gomes da Silva garantiu que o Benfica não corrompeu árbitros no caso dos 'vouchers', num comentário feito para a TVI após uma reportagem sobre os indícios que terão sido recolhidos pela Polícia Judiciária.

O então vice-presidente do Benfica considerou "ridículo" que o Ministério Público (MP) considere ser possível corromper um árbitro com 70 euros, o dobro do valor da senha de refeição oferecida como cortesia a árbitros, assistentes e delegados.

"Não, não acredito que o Benfica tenha corrompido os árbitros, muito menos nestes termos. Seria ridículo achar que um árbitro se corromperia por 70 euros", afirmou o ex-dirigente.

Agora opositor assumido de Luís Filipe Vieira, Rui Gomes da Silva admitiu que algumas refeições terão "resvalado" da oferta de 35 euros para um custo de 70, "por questões de cortesia", acrescentando que tal seria "normal" face à "quantidade enorme de pessoas" que frequentariam o restaurante.

E deu um exemplo: um convidado do Benfica que tenha pedido algo que tornasse a fatura superior a 35 euros e um funcionário, para agilizar o serviço, tivesse incluído na oferta.

"Seria muito mau se a arbitragem se corrompesse por 70 euros, é ridículo", insistiu.

Questionado se acreditava numa "perseguição" do MP ao Benfica, Rui Gomes da Silva apresentou outra 'versão'.

"Há uma preocupação em ter razão", respondeu, aludindo a outros casos investigados pela justiça, como o dos emails e o Mala Ciao.

O então vice-presidente garantiu ainda que a questão dos 'vouchers' nunca foi assunto nas reuniões de direção, pois era considerado "normal" haver "kits de simpatia, de cortesia".

"Acompanhei todos os jogos fora do Estádio da Luz, só falhei quatro, e muitas vezes recebia ofertas de cortesia, como nós oferecíamos. E muitas vezes superiores a 35 euros, era normal nessas situações. A coisa que os delegados da UEFA mais apreciavam eram as camisolas autografadas pelo Eusébio", concluiu Rui Gomes da Silva.