Portugal
"Há uma mola no banco do FC Porto que os obriga a saltar o triplo", diz Sporting
2021-03-02 09:30:00
"Há certos senhores que estão convencidos de que há uma coutada dentro do país", criticou Miguel Braga

O Sporting tomou posição em relação ao caso do jornalista que se queixou de sofrer ameaças e insultos no Estádio do Dragão após as conferência de imprensa do clássico que terminou sem golos.

Miguel Braga, responsável pela comunicação dos leões, admitiu que lhe faz "confusão o que se passou na sala de imprensa e nos momentos posteriores".

"Há um jornalista que faz uma pergunta ao treinador do Sporting, assinalando um facto verificável, que qualquer pessoa que ponha o jogo para trás pode ver, e que é, no fundo, uma mola que existe no banco do FC Porto, que os obriga a saltar o triplo das vezes que saltou o banco do Sporting", disse, em jeito sarcástico, prolongando o seu comentário a este respeito.

Miguel Braga lembra que o jornalista "teve o trabalho de contar quantas vezes saltou um banco e outro", dado que, nas últimas semanas, "se tem falado muito que o comportamento dos bancos é, muitas vezes, uma forma de pressionar os árbitros".

Para o responsável pela comunicação verde e branca, o jornalista "fez o seu trabalho, está no sítio onde é suposto a imprensa estar a fazer perguntas e o que se passou foi deplorável".

"Faz-me confusão que num país livre, num país democrático, exista esta espécie de 'bullying' a jornalistas que fazem perguntas que alguém acha incómodas. É perfeitamente surreal".

Miguel Braga diz que não percebe a forma de atuar do assessor de imprensa do FC Porto. "Como é que um assessor de imprensa insulta desta forma um jornalista? É que não só o insultou na sala de imprensa, como foi a insultá-lo até ao carro dele, o que eu acho realmente surreal", comentou Miguel Braga, destacando que pesquisou no Google sobre o assessor do FC Porto, Rui Cerqueira, e encontrou "desde 2009, pelo menos, casos de tentativas de agressão e insultos".

Além disso, na Sporting TV, o porta-voz leonino referiu ainda que Rui Cerqueira, assessor do FC Porto, foi mencionado no relatório de João Pinheiro (árbitro do clássico) numa outra situação que terá ocorrido na meia-final da Taça da Liga, em Leiria.

Lamentando o silêncio das entidades que gerem o futebol nacional a este respeito, Miguel Braga diz ainda que "há certos senhores que estão convencidos de que há uma coutada dentro do país e dentro do Estado de direito."

Um jornalista queixou-se de ter sido alvo de “agressões verbais” no Estádio do Dragão, após a partida do FC Porto com o Sporting, denunciou o Sindicato dos Jornalistas.

Em comunicado divulgado, o organismo “condena as agressões verbais sofridas” pelo profissional, referindo que esse jornalista “foi humilhado pelo treinador do FC Porto e insultado pelo assessor de comunicação do mesmo clube”.

“Já no exterior da zona destinada à imprensa, encontravam-se vários elementos da estrutura portista e os insultos prosseguiram. O jornalista foi ainda perseguido por um assessor, ao longo de vários metros, sempre sendo alvo de agressões verbais”, complementou o Sindicato dos Jornalistas, repudiando o incidente.

A reação a este caso surgiu por parte do diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, que acusou o Sindicato de Jornalistas de “centralismo” e “diferença de tratamento”, depois do organismo ter denunciado que um profissional foi “insultado e perseguido” no Estádio do Dragão, após o clássico com o Sporting.

Francisco J. Marques apelidou o jornalista de ser um "vigarista travestido de jornalista" que "foi mentir e provocar para a conferência de imprensa".

"Sérgio Conceição reagiu sem insultos, sem ameaças, mas eis que, qual Torquemada da Mouraria, surge o sindicato a querer fazer dos parolos da província uns servos da capital”, escreveu o porta-voz portista.