“Conceição já decidiu o seu futuro, mas que falar com o Presidente, para quê?”, questiona Carlos Barbosa da Cruz.
O ambiente de aparente harmonia no FC Porto, após a conquista da Taça de Portugal, transformou-se rapidamente numa situação de conflito entre Sérgio Conceição e a nova SAD do clube, com um nome no meio: Vítor Bruno.
O até então adjunto de Conceição há 13 anos emergiu como a primeira opção para o cargo de treinador principal, num processo que Conceição e a restante equipa técnica consideram ter sido conduzido às suas costas, deixando um sentimento de traição por parte do técnico.
Num jantar de encerramento da temporada da equipa técnica portista, Vítor Bruno comunicou a Conceição o seu desejo de iniciar uma carreira a solo, mencionando um convite do estrangeiro.
Contudo, para surpresa do treinador, numa reunião posterior com André Villas-Boas, presidente do FC Porto, foi-lhe informado que afinal Vítor Bruno seria o seu sucessor. Conceição sentiu-se ‘apunhalado’ nas costas pelo seu adjunto e braço direito de longa data, lamentando a falta de franqueza por parte de Vítor Bruno.
“Sinto que no FC Porto há um certo jogo de sombras”
O atual estado de turbulência no FC Porto não passou despercebido a Carlos Barbosa da Cruz, antigo dirigente do Sporting e presidente do Grupo Stromp. O sócio leonino descreveu a atual situação dos dragões como uma “coreografia” e questionou a necessidade de Sérgio Conceição discutir o seu futuro com o presidente do clube, considerando que os sinais indicam claramente a sua saída.
“Há aqui uma coreografia, já que é uma palavra que eu uso muitas vezes relativamente ao FC Porto, há uma coreografia que eu não entendo, que é o Sérgio Conceição querer falar, querer decidir, dizer que já decidiu o seu futuro, mas quer falar com o Presidente e eu pergunto a mim próprio mas para quê?”, começou por questionar o ex-dirigente sportinguista.
“Porque os sinais estão todos em cima da mesa, o diretor técnico está escolhido, o diretor desportivo está escolhido e aparentemente agora o treinador, se não está escolhido, para lá caminha”, observou Barbosa da Cruz.
Em declarações na CMTV, o comentador afeto aos leões expressou ainda a sua percepção de existir um “jogo de sombras” dentro do FC Porto, sugerindo que o que é comunicado publicamente pode não refletir a verdadeira dinâmica interna do clube da Invicta.
“E esta, neste momento, é a interrogação que eu tenho, é que sinto que aqui no FC Porto há um certo jogo de sombras em que aquilo que se tenta transparecer cá para fora não é concretamente aquilo que efetivamente está a acontecer”, destacou.
Obstante desta tensão e dúvida que se faz sentir em relação à equipa técnica dos dragões na próxima época, Barbosa da Cruz expressou o seu desejo de que Vítor Bruno, caso assuma a cadeira de Conceição, siga os passos do seu pai, o também treinador Vítor Manuel, e traga uma nova era de comportamento desportivo ao clube azul e branco.
“Tirando isto, a ideia que eu tenho e que eu desejo é que o Vítor Bruno seja tão correto e tão carismático como o pai e que inicie uma nova época e uma nova era de comportamento desportivo por parte do Futebol Clube do Porto”, rematou Carlos Barbosa da Cruz.
Com o futuro do FC Porto envolto em incerteza, é evidente que o clube enfrenta um período desafiador. A possível saída de Sérgio Conceição e a ascensão de Vítor Bruno representam uma mudança significativa na estrutura do clube, cujas consequências só o tempo poderá revelar. À medida que o clube se prepara para uma nova temporada, os adeptos portistas aguardam ansiosamente por uma resolução para a crise atual.