O arranque de temporada do Benfica tem sido marcado por instabilidade. Os assobios na Luz são frequentes quer a Roger Schmidt, quer a Rui Costa, mas também a alguns jogadores da equipa. Neste contexto, Maniche, antigo internacional português, diz que o Benfica é um clube "confuso" e explica que está sem compreender a linha que traça o rumo das águias.
Depois de uma pré-temporada em que a equipa deu sinais de que poderia voltar ao futebol da primeira época de Roger Schmidt, a entrada oficial na época ficou marcada por um desaire em Famalicão que aumentou o tom crítico entre benfiquistas, mas também comentadores em relação ao rendimento apresentado pelas águias.
"Benfica confuso" com "desnorte" entre "quem manda e quem quer mandar"
A pré-época tinha sido marcada pelo regresso de alguns jogadores às suas posições onde mais se destacaram, nomeadamente Aursnes como extremo do lado esquerdo. Também David Neres mostrava rendimento do outro lado do campo, tal como Marcos Leonardo que começava a ter entendimento com Vangelis Pavlidis.
No entanto, fora do terreno de jogo, o Benfica foi tendo algumas polémicas. Ángel Di María não conseguiu regressar ao Rosario Central e Rui Costa renovou-lhe o contrato. Trubin e Álvaro Carreras não foram autorizados a estar nos Jogos Olímpicos, mas Otamendi foi. Estes foram alguns de vários episódios que têm aumentado o descontentamento e a dúvida dos benfiquistas sobre como é feita a gestão desportiva.
Nessa lógica a venda de João Neves para o Paris Saint-Germain por um valor inferior ao que estava na cláusula de rescisão foi uma espécie de 'gota de água' no copo da paciência dos benfiquistas. O 'Joãozinho', como Rui Costa o apelidou, garantiu "uma fortuna ao Benfica, e Di María não".
Perante o momento que o Benfica atravessa, Maniche vê um "desnorte" no Estádio da Luz. “Do meu ponto de vista, há aqui um desnorte em termos de quem manda e quem quer mandar", afirmou o antigo internacional português, na CNN Portugal.
"Incoerência naquilo que o Benfica tem vindo a fazer", diz Maniche
Assim, para Maniche, “há aqui uma incoerência naquilo que o Benfica tem vindo a fazer nos últimos anos". "Eu, sinceramente, não compreendo”, confessou Maniche, dizendo ainda que “o Benfica é um clube confuso”.
Sobre as justificações que o clube por via de Roger Schmidt tem dado para os jogadores que têm ficado fora da convocatória, Maniche diz que há coisas que não entende.
"Isto é, parece o jogador se não joga, não pode ir para o banco porque obrigatoriamente tem de sair, e depois outros dizem que a seleção é mais importante do que jogar no próprio clube onde esse jogador é capitão de equipa e tem uma responsabilidade acima dos outros todos”, salientou o ex-futebolista, que representou o Benfica também na sua carreira.