Portugal
“Há culpados. Os treinadores deviam unir-se e fazer greve”, diz Folha
2021-05-09 20:10:00
Treinador do FC Porto B volta a disparar contra as arbitragens

O treinador do FC Porto B, António Folha, defendeu que os técnicos deviam unir-se na contestação aos erros dos árbitros, salientando que os treinadores são “os elos mais fracos” quando ocorrem... “coincidências”. O comentário surgiu depois de nova derrota da formação secundária dos dragões, diante do Leixões (0-2), tornando ainda mais complicada a manutenção na II Liga.

“Há que pôr a mão na consciência, não é normal. Não me estou a queixar nem deste jogo, nem de outro... Há coincidências, as coincidências existem e que as há, há. Vejam as coincidências que existem para verem o que se está a passar”, começou por afirmar Folha, após o encontro, em declarações à Sport TV.

“Não se pode ser leviano a fazer as coisas. Quem manda, que mande a sério, que não seja só para a fotografia”, continuou: “Os treinadores são muito competentes e não têm culpa do que se está a passar. As pessoas continuam a fazer todas a mesma coisa. O futebol português tem de mudar, mas não é a falar nos programas de televisão”.

Ficou, então, o apelo à greve ou outra medida de protesto: “Como se atua para os treinadores, que são despedidos, tem de se atuar de igual forma. Somos aqueles que dão tudo, juntamente com os jogadores, e somos os elos mais fracos nisto. Os treinadores deviam unir-se e fazer greve quando é preciso. Tem sido demasiado. Há que por a mão na consciência, o que está a acontecer não é normal”.

Na partida com o Leixões, o FC Porto teve um golo anulado, por falta de Igor Cássio. “Sobre o lance anulado é melhor nem falar que isto descamba. Se me pergunta, eu posso ter que responder... A liberdade de expressão ainda existe, mas depois vêm as multas e tenho filhos par sustentar, não dá”, comentou.

Folha fez questão de lembrar que sucedeu no comando técnico do FC Porto B a Rui Barros, treinador que também fez várias críticas às arbitragens. “Temos um treinador que passou aqui a primeira volta e está em casa. Foi embora, foi despedido. E agora está outro treinador a quem pode acontecer o mesmo. Eu e o Rui estamos tranquilos, mas que isto não é normal... Não se pode andar a brincar com a seriedade das pessoas. Que há culpados, há. Eu devo muito ao futebol, mas o futebol também me deve muito, por tudo o que fiz enquanto profissional. E também deve a esta instituição”, o FC Porto, acrescentou.

Os portistas foram “incompetentes” por terem deixado “o Leixões sair em contra-golpe em duas ou três ocasiões”, reconheceu o técnico, apontando depois a mira às arbitragens, lembrando que a experiência de jogos anteriores tem deixado a equipa do FC Porto B “sempre receosa, sempre desconfortável”.