Portugal
"Guarda pretoriana, vulgo Canelas, a aterrorizar dissidentes como em ditadura"
2023-11-15 10:10:00
"Finalmente descobriram que eles se preparam para lhes deixar um clube arruinado e ameaçado de irrelevância"

Os confrontos entre adeptos do FC Porto na Assembleia Geral Extraordinária têm merecido ampla crítica por parte de figuras ligadas ao FC Porto e ao portismo. Miguel Sousa Tavares, conhecido adepto azul e branco, há vários anos um crítico da gestão de Pinto da Costa, diz que "pela primeira vez em 42 anos" o presidente dos azuis e brancos começou a entender que "o seu ciclo chegou ao fim".

"Pela primeira vez em 42 anos, julgo que Pinto da Costa e o respetivo séquito começaram a perceber que o seu ciclo chegou ao fim, porque os sócios finalmente descobriram que eles se preparam para lhes deixar um clube arruinado e ameaçado de irrelevância", declarou o escritor, criticando os atos de violência que marcaram a Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto.

"Dois mil sócios impedidos na prática de entrar no pavilhão e a guarda pretoriana de Pinto da Costa - vulgo Canelas FC - entretida no desporto habitual de agredir, intimidar, aterrorizar os sócios dissidentes da linha oficial, como em qualquer ditadura que se preze", assinalou Miguel Sousa Tavares.

O escritor falava em declarações no jornal Record, onde apelou ao atual presidente do FC Porto, Pinto da Costa, para que peça a demissão do cargo em efeitos imediatos.

"Faça-nos a todos nós, portistas, e a si mesmo, um favor: saia. Agora", pediu Miguel Sousa Tavares, realçando que não resta outro caminho ao atual líder do FC Porto.

"Agora, resta a Pinto da Costa, por mais que lhe custe, perceber os sinais do tempo e sair enquanto pode, ou transformar as eleições que aí vêm num caso de polícia e lançar o FC Porto numa guerra civil entre gente de bem e gente infrequentável", observou Miguel Sousa Tavares, reportando-se ao que se passou no dia 13 de novembro de 2023.

Filas de adeptos em túneis de acesso à VCI

Uma Assembleia Geral Extraordinária, que estava inicialmente agendada para um auditório do Estádio do Dragão, foi mudada para o pavilhão do FC Porto, enquanto que milhares de adeptos esperavam, em fila, até em túneis de ligação e acesso à VCI.

Depois, no interior do pavilhão, alguns sócios do FC Porto envolveram-se em confrontos verbais e físicos, com relatos de acontecimentos violentos entre sócios do clube azul e branco.

As cenas de pancadaria levaram mesmo André Villas-Boas, antigo treinador do FC Porto e apontado como possível candidato à presidência do FC Porto, que esteve no Dragão, a lamentar os acontecimentos, falando mesmo num dos dias "mais negros da história do FC Porto".