Portugal
"Varandas pode ficar conhecido não como presidente, mas como ajudante de Amorim"
2021-09-12 10:55:00
Hélder Amaral alerta que o presidente do Sporting não pode "continuar a fazer-se de morto"

Frederico Varandas assinalou os três anos na presidência do Sporting com novas provocações aos rivais. “Conquistámos em três anos tantos títulos no futebol como os nosso rivais somam em conjunto”, assinalou o dirigente, num discurso que tem gerado alguma divisão entre as hostes leoninas.

Parte do Sporting gabou a coragem do presidente, por não recear visar diretamente Benfica e FC Porto. “Se o sistema está mal lutamos contra o sistema, mesmo que em contracorrente”, chegou mesmo a dizer Varandas, ao frisar que o clube de Alvalade procede “sem contornar as regras ou quebrar os seus princípios”.

Mas há uma parte do Sporting que questiona a legitimidade de Frederico Varandas para adotar este discurso. Isto porque os principais méritos nestes três anos de presidência foram os títulos no futebol, cuja responsabilidade maior pertenceu ao treinador, Rúben Amorim, como destacou Hélder Amaral.

Ao analisar os três anos de Varandas à frente do Sporting, o ex-deputado e conhecido adepto leonino salientou que o presidente só ‘aparece’ depois das vitórias, deixando as despesas da comunicação no futebol (as mais desgastantes) para o treinador.

“De um presidente do Sporting espera-se que seja corajoso, que exista dentro e fora do clube. Se Frederico Varandas se limita a fazer-se de morto à espera do sucesso de Rúben Amorim, pode ficar conhecido não como o presidente de Rúben Amorim, mas como o ajudante de Rúben Amorim e isso é depreciativo, ele não merece isso. Um dia destes, Rúben Amorim tem um contrato melhor (é da vida...) e o que fica é zero”, afirmou.

Neste balanço dos três anos da presidência de Varandas, numa emissão da Leonino TV, Hélder Amaral lembrou que o Sporting já teve grandes dirigentes que deixaram ‘obra feita’ sem terem conquistado títulos no futebol, o que impediu um justo reconhecimento desse legado. E falou mesmo no “exemplo de Dias da Cunha”, que no seu tempo também visou o “sistema”.

“Já tivemos belíssimos presidentes que não ganharam, mas aumentaram o património do clube, e ao contrário também. Até lhe posso dar o exemplo de Dias da Cunha, que embora não tenha acabado bem teve a coragem de dar nomes ao sistema. Que me lembre, foi o único que teve essa coragem. É isso que se espera de um presidente do Sporting, que seja corajoso”, reforçou.

“Espero que Varandas não se deixe apenas estar lá. Ser presidente do Sporting é mais do que estar lá, é mais do que ganhar títulos. Não é só cumprir o mandato, é cumprir a obrigação de ser presidente”, finalizou.

No texto em que assinalou o terceiro aniversário na presidência do Sporting, publicado no Jornal do clube na passada quinta-feira, Frederico Varandas enalteceu os vários títulos conquistados pelos leões, quer no futebol, quer nas modalidades, incluindo os triunfos europeus no futsal e no hóquei em patins.

“Conquistámos em três anos tantos títulos no futebol como os nosso rivais somam em conjunto. Passados 19 anos fomos de novo campeões nacionais de futebol. Em três anos conquistámos variadíssimos títulos nas modalidades, dos quais dez europeus, o que representa mais de um quarto da totalidade (dez em 39 totais)”, contabilizou Varandas.