O Benfica continua o regresso ao campeonato, depois da pausa motivada pelos compromissos das seleções nacionais, que retiraram 13 elementos ao grupo de Roger Schmidt. Mas na mente dos adeptos encarnados está ainda o exemplo ocorrido na temporada passada.
No final de 2022 e no início de 2023, o Benfica fraquejou, na sequência da pausa para o Mundial do Catar. Roger Schmidt concedeu um largo período de folga e, na retoma das competições nacionais, as águias foram eliminadas da Taça da Liga (com o empate na visita ao Moreirense) e sofreram a primeira derrota para o campeonato (0-3 em casa do SC Braga).
Foi apenas um susto, com o Benfica a carimbar a conquista do 38.º título de campeão nacional. Mas a verdade é que, nesta pausa internacional de setembro, o treinador alemão concedeu cinco dias de folga ao plantel.
Porém, o susto da época passada serviu de lição para o técnico e para a estrutura encarnada. Pelo menos, assim acredita Gaspar Ramos, histórico dirigente do Benfica.
“Foi uma experiência que não correu bem, mas por outro lado o Roger Schmidt tirou as ilações devidas da situação. Dar descanso aos jogadores nesta altura não é pior desde que haja um plano”, diz Gaspar Ramos, alertando para a importância de dar descanso ao plantel para o resto de uma temporada que se adivinha longa.
“Estas pausas, desde que sejam convenientemente controladas, são boas porque o campeonato é longo. E a época pode ser mais longa se o Benfica conseguir estar na Champions mais para a frente, como aconteceu no ano passado”, complementa o antigo chefe do departamento de futebol do Benfica.
“Se Schmidt sair o mundo não para”
As declarações de Gaspar Ramos, feitas à Antena 1, coincidem com o momento em que a imprensa alemã coloca o treinador do Benfica na lista de candidatos à sucessão de Hansi Flick no comando da seleção germânica.
A prioridade da Federação Alemã de Futebol (DFB) é Jürgen Klopp, segundo a imprensa alemã, com Roger Schmidt na lista de alternativas no caso de Klopp continuar no Liverpool.
Nesta situação, a cláusula de 30 milhões será suficiente para proteger os interesses do Benfica, apesar do poderio financeiro da federação alemã. Desta forma, “é pouco provável” que Schmidt troque as águias pela ‘Mannschaft’, no entender de Gaspar Ramos.
“Há sempre nomes que se levantam nestas alturas, mas é evidente que o Roger Schmidt tem contrato com o Benfica e tem uma cláusula relativamente elevada, apesar dos alemães terem dinheiro para isso”, insiste o ex-dirigente encarnado.
“Se isso acontecer, temos de aceitar, mas acho que isso não irá acontecer. Estou convencido que a solução não vai passar pelo Roger Schmidt. Se acontecer o mundo não para, temos de olhar para outro lado, mas certamente a Direção do Benfica está atenta a isso”, conclui Gaspar Ramos.