Portugal
"Fico extasiado com o comportamento dos meus jogadores", diz Carvalhal
2021-02-08 00:15:00
Técnico do SC Braga enaltece "solidez" da equipa, diante do FC Porto, e recusa comentar arbitragem

O técnico do SC Braga elogiou a forma como os seus jogadores conseguiram manter a "integridade", do primeiro ao último minuto, apesar de terem estado parte do jogo a perder e de terem sofrido o segundo golo, que poderia ter provocado danos anímicos.

"Na primeira parte, acho que o jogo se equivaleu. Na segunda parte, sofremos o segundo golo, que foi um duro golpe naquilo que nós queríamos fazer. Queríamos tentar vencer. Mas nunca nos desgovernámos. Ficámos sempre íntegros no jogo, sempre sólidos. Fomos fazendo alterações, modificámos a forma de jogar, começámos a criar mais problemas à equipa do FC Porto. Defrontámos uma grande equipa que levou o jogo muito a sério. Encontrámos um FC Porto muito forte no meio-campo pela ação dos médios e dos avançados, mérito do FC Porto, chegou a 2-0, mas nós nunca saímos do jogo e fizemos o 2-2. Temos que aceitar o resultado, jogar 11 contra 10 também contribuiu para termos essa superioridade. Continuamos a ter a nossa matriz de ir a jogo a jogo nas diversas competições e não nos vamos desviar um milímetro disto, não vivemos numa situação fácil, jogar de três em três dias, nove jogos em 25 dias", resumiu.

A expulsão de Corona torna-se decisiva, numa mudança do paradigma do jogo, mas Carlos Carvalhal entende que o SC Braga estava com períodos de superioridade, mesmo antes do segundo cartão amarelo ao mexicano. "Já antes da expulsão senti que estávamos com algum ascendente. Depois da expulsão ficámos evidentemente com um ascendente muito maior e encostámos o FC Porto atrás. Não caímos na tentação do chamado ‘chuveirinho’ e fomos sempre por dentro, à volta... Foi numa situação de crença, de acreditar até ao fim, acreditar que poderíamos reverter o resultado. Fizemos o 2-2 porque estávamos 11 contra 10, mas também porque estávamos positivos", referiu. 

"Os meus jogadores estão de parabéns. Vocês sabem da sequência de jogos que enfrentamos. E terminar um jogo assim, com esta intensidade, com este galopar, para mim, é uma satisfação enorme, porque tenho um grupo de grande caráter", complementou.

Carvalhal lembra que na jornada anterior a sua equipa foi capaz de inverter um resultado negativo, diante do Portimonense: "Já na semana passada revertemos um resultado a perder por 1-0. E hoje a perder por 2-0 nunca perdemos a identidade, a equipa nunca se desmembrou nem deixou de acreditar". 

Depois da expulsão de Corona, O SC Braga "tomou conta do jogo". "Fomos premiados com o segundo golo num jogo em que tenho de reforçar o caráter da minha equipa e a densidade de jogos. Fizemos o nono jogo de três em três dias e acabar o jogo assim, fico extasiado com o comportamento dos meus jogadores", acrescenta, na conferência de imprensa. 

É este um empate com sabor a vitória? Carlos Carvalhal foge à questão. "Se é um ponto ganho ou dois perdidos não sei, foi o que o jogo ditou", resume, comentando a forma como Gaitán entrou na equipa. 

“É um jogador importante, mas temos que ter muito cuidado com a gestão que fazemos dele. Jogou 25/30 minutos no jogo anterior, hoje novamente. Neste momento, ele está mais capaz e pode ser muito útil, é um jogador com uma elevada capacidade técnica e, em alguns momentos, o jogo pede esse tipo de jogador”, explicou. 

Apesar do empate, a verdade é que a distância para o FC Porto mantém-se e o Benfica pode aproximar-se: "Não tenho essa preocupação de olhar para a classificação nem de olhar para os pontos. Claro que sei qual é a distância, mas não é minha preocupação. Hoje é domingo e segunda-feira temos de começar a preparar o jogo de quarta-feira para a Taça de Portugal".

Convidado a comentar a arbitragem, Carlos Carvalhal diz que não tem esse hábito, mas sempre vai lembrando que em Moreira de Cónegos uma falha do VAR custou um golo limpo aos minhotos.

"Não comento arbitragens, mas basta atentar ao que se passou em Moreira de Cónegos [golo anulado ao SC Braga frente ao Moreirense, da 16.ª jornada], que foi um caso anormal, só falo nisto porque merecia uma discussão e deve ser analisado. Dizem que foi a calibragem, mas merecia uma reflexão da vossa parte [comunicação social] para que não volte a acontecer. Alguém meteu mal as linhas, mas quem? Porquê? Tem de haver um esclarecimento cabal para eu perceber como é que as coisas funcionam”, lembrou.