Portugal
"Prometi nunca trabalhar no Benfica", revela ex-técnico do FC Porto
2021-01-11 21:15:00
Pepijn Lijnders aponta João Félix e André Gomes como exemplos da "mística" azul e branca

O treinador Pepijn Lijnders, que durante sete anos trabalhou na formação do FC Porto, revelou uma exigência apresentada pelos dragões durante o processo negocial.

O atual adjunto de Jurgen Klopp no Liverpool contou que lhe foi exigido que não viesse a representar o Benfica.

"A única coisa que disseram que não negociávamos é que a partir daquele momento isso significaria que eu nunca poderia trabalhar no Benfica. E eu prometi, claro", adiantou o técnico holandês, durante uma conversa no podcast inglês The Big Interview.

Pepijn Lijnders assinou "primeiro por um ano, depois foi por três anos" e acabaria por passar mais três no dragão, ficando rendido à "cultura de vitória".

"A ideia era criar uma nova geração de jogadores. O treinador do FC Porto está debaixo de uma pressão enorme. Se perdes com o Benfica, mesmo que estejas no primeiro lugar, ou se saíres na fase de grupos da Liga dos Campeões... Assim, o treinador vai sempre escolher o melhor jogador, a melhor equipa. Portanto, a ideia era ter esta cultura de vitória", adiantou.

O clube ficou marcado no treinador pela "raça" e pela ambição do presidente Pinto da Costa, que "criou um instituto de vitórias".

"O lema principal é: 'nós adoramos que odeiem perder'. 'Lutamos contra tudo e contra todos', é a segunda frase que me vem à cabeça. A raça, a força interior dos jogadores é algo que nunca vi antes. Alguns clubes estão no jogo para o jogar, mas o FC Porto esta nele para vencer. Desenvolvemos uma nova geração com mentalidade de clube, mentalidade atacante e com grande técnica", acrescentou Pepijn Lijnders.

O antigo técnico portista apontou ainda dois nomes que também passaram pela formação do Benfica, João Félix e André Gomes, como exemplos da "mística" azul e branca.

"Se virem os jogadores que se destacaram é incrível. Fábio Silva, André Silva, Gonçalo Paciência, Ruben Neves, João Félix, André Gomes, Fábio Vieira, Bruno Costa, Diogo Leite, Diogo Queirós podem fazer uma equipa agora e têm a mística do FC Porto, porque todos eles tiveram essa ambição e, além disso, tinham um grande nível técnico", afirmou o holandês.

"Durante sete anos foi um período de muito sucesso, porque fomos campeões várias vezes e pudemos trabalhar com calma porque a equipa principal estava a vencer. Se não estivesse, até o treinador dos sub-19 estava na berlinda", finalizou.