Francisco J. Marques aponta o dedo às estações televisivas que deram primazia ao debate sobre violência no desporto
“Parabéns à TVI 24 e à CMTV que conseguiram que nos programas de futebol não se diga nada sobre o escândalo que foi a arbitragem em Moreira de Cónegos”, escreveu o diretor de comunicação do FC Porto nas redes sociais, criticando o facto de, nos programas televisivos daqueles canais, o assunto em destaque ser a agressão a um repórter de imagem da TVI.
Este incidente, após o jogo entre Moreirense e FC Porto, tem dominado a agenda mediática, até porque diversas instituições e personalidades reagiram ao caso. A agressão levou o Ministério Público a abrir uma investigação e, soube-se precisamente ontem, a GNR também decidiu abrir um inquérito à atuação dos seus militares, depois de surgirem críticas de personalidades como Rui Rio.
“Se o relato da TVI é rigoroso, então, a inação dos elementos da GNR é intolerável”, escreveu o presidente do PSD, o que, aliado a outras opiniões no mesmo sentido, determinou uma reação daquela força de segurança.
Francisco J. Marques preferiria ver em análise a arbitragem do jogo entre Moreirense e FC Porto. De resto, o Porto Canal dedicou um programa a esse tema, onde o diretor de Comunicação portista marcou presença, falando em “escândalo”. Os dragões reclamam três grandes penalidades e aquele responsável disse mesmo, naquele programa, que o VAR não assinalou a falta sobre Francisco Conceição “porque não quis”.
Certo é que a agressão a um repórter, constituindo um crime público, tem mais relevância mediática, daqui que o tema acabou por ofuscar as incidências do jogo disputado em Moreira de Cónegos, cujo resultado (um empate) pode ter determinado o fim do sonho do FC Porto em garantir o título.
Na TVI24, estiveram ontem à noite os advogados João Correia e Rogério Alves, a discutir, precisamente, a violência no desporto. “Quando vi os convidados afetos a Benfica e Sporting na TVI 24 pensei que era um programa sobre corrupção…”, ironizou Francisco J Marques.
Refira-se que o FC Porto não reagiu a esta agressão ao repórter de imagem da TVI. Pinto da Costa, de resto, revelou que não viu “nenhuma imagem” que comprove a agressão. “Não estou a dizer que houve ou que não houve [agressão]. Não vi nenhuma imagem em que se veja o Pedro Pinho a agredir aquele senhor”.
O presidente do FC Porto também lamentou o mediatismo concedido ao incidente. “Quase parou o país, em termos de comunicação”, afirmou, em entrevista ao Porto Canal.
O dirigente explicou, por outro lado, que, na noite da agressão, se aproximou dos repórteres de imagem para saber “o que é que os repórteres de imagem queriam filmar”. “Eu perguntei, calmamente, se havia algum problema. Disseram-me ‘não’ e eu vim embora”, referiu.
Parabéns à TVI 24 e à CMTV que conseguiram que nos programas de futebol não se diga nada sobre o escândalo que foi a arbitragem em Moreira de Cónegos. Quando vi os convidados afetos a Benfica e Sporting na TVI 24 pensei que era um programa sobre corrupção… pic.twitter.com/HDpKEvn0lP
— Francisco J. Marques (@FranciscoMarkes) April 28, 2021