Os rivais do FC Porto querem que seja investigado, até às últimas consequências, o resultado de um teste a um jogador dos dragões, que o FC Porto não identifica quem é, embora confirme as dilegências das autoridades. Ex-dirigentes de Benfica e Sporting esperam que seja no singular ou no plural, querem que as investigações sejam levadas até ao fim. "Se alguém tiver de ser condenado, que seja condenado de forma exemplar. Brincar com a saúde pública não é ganhar ou perder um jogo. Isto é tão sensível que até me custa falar", assumiu José Manuel Capristano, antigo vice-presidente das águias.

O ex-dirigente encarnado salientou ainda que "se apanharem alguém seja no singular ou plural, que efetivamente que esteja metido em rede, ou sem rede, deve ser severa e exemplarmente punido. Seja quem for", apelou José Manuel Capristano, lembrando que "há o mundo e o submundo". "Nós pertencemos ao mundo. Não aponto o dedo a nada nem a ninguém. Mas se apanharem alguém, uma rede, devem ser severamente punidos. Agora, apontar o dedo a este ou aquele Deus me livre", deixou claro o antigo vice-presidente encarnado, em declarações na CMTV num painel que contava com o ex-dirigente leonino Carlos Barbosa da Cruz.

O advogado deixou claro e vincado que, para já, "estamos a falar de indícios". "Não quero imputar nada a ninguém", salientou, dizendo, no entanto, e sustentando o comentário na experiência como advogado, que lhe faz "impressão" todo o aparato de inspetores da PJ, se for realmente por conta de um caso de um teste a um jogador.

"Eu devo dizer que me faz alguma impressão que 10 inspetores da Polícia Judiciária tenham estado 12 horas no Olival para identificar uma prova relativa a uma pessoa singular", referiu Carlos Barbosa da Cruz.

"Haverá aqui um eventual excesso de meios ou as buscas terão incidido não apenas sobre este teste mas mais testes eventualmente feitos. Quero crer que seja uma situação isolada", comentou Barbosa da Cruz.

Em relação ao tema do teste que o FC Porto confirmou ser alvo de buscas, o ex-dirigente verde e branco referiu que "se há ilegalidades com uma dimensão maior do que esta, não quero acreditar que isso exista, tem uma gravidade que o futebol bem pode dispensar, porque é um escândalo de uma dimensão enorme."

Insistindo na lógica de pensamento atrás descrita, Carlos Barbosa da Cruz reiterou que não quer crer que os inspetores teriam ido só em busca do resultado de um teste a um jogador. "Quero crer que não andariam à procura do teste do Nakajima. Para isso bastariam um ou dois inspetores. Claramente há um âmbito de buscas e ação mais alargado. É claro à luz dos efetivos que estas dilegências envolvem".

Posteriormente, Barbosa da Cruz comentou ainda as trasferências de jogadores entre FC Porto e Portimonense. "Não acha estranho este vai e vem de jogadores entre FC Porto e Portimonense? Não é uma coisa que sai fora do rigor com que, normalmente, o FC Porto encara este tipo de operações?", questionou o sportinguista ao representante portista do programa da CMTV.

Confrontado com o negócio de Tabata para Alvalade, Barbosa da Cruz explicou que não podem fazer comparações. "O Tabata joga no Sporting. O Ewerton e o Paulinho estiveram 15 dias no FC Porto e foram recambiados. Esta é que é a diferença".