O avançado espanhol Toni Martínez falou da “admiração” que nutre por Pepe, o colega de equipa que aos 38 anos “joga como se tivesse 20”, dando um exemplo de “motivação” a todo o plantel do FC Porto. “Falar do Pepe é falar de uma lenda que ainda está no ativo. Ele é incrível”, comentou.

“Não consigo olhar para ele sem sentir admiração. Todos temos de ter admiração pelo Pepe, pela atitude que ele tem mesmo depois de já ter ganho tudo. É impressionante a motivação que ele tem, seja qual for o jogo ou o adversário. Isso faz muito bem a todo o grupo, pois todos os que estão à volta dele têm de dar o máximo como ele. Pessoalmente, sou grato ao Pepe, pela ajuda que me dá. Fala a minha língua e sempre me ajudou muito desde que cheguei”, contou Toni Martínez, em entrevista à revista Dragões.

Da “motivação” de Pepe, o dianteiro espanhol passou para a “mentalidade de campeão” do treinador, Sérgio Conceição, sempre “em cima” de quem “facilita”, seja durante os jogos ou nos treinos.

“Nunca tinha trabalhado com tanta intensidade. Não vale outra coisa que não seja ganhar e trabalhar todos os dias. Se alguém facilita num treino, ele está em cima. Se alguém facilita num jogo, ele fica chateado connosco, mas tudo isso é para o bem de todos e do grupo, porque a mentalidade dele é ganhar, ganhar e ganhar. É uma mentalidade de campeão”, frisou.

Uma mentalidade que vem de cima, desde Pinto da Costa, como Toni Martínez realçou ao comentar o primeiro contacto com o presidente do FC Porto: “Disse-me para trabalhar duro todos os dias, que íamos ser muito felizes juntos e para aproveitar ao máximo tudo o que o FC Porto me vai dar, pois são poucos os que têm o privilégio de vestir esta camisola”.

Assim, após um ano “menos bom”, o FC Porto aponta já à reconquista do título nacional, garantiu o avançado. “Também queremos ganhar as Taças”, acrescentou: “O que podemos prometer é que vamos lutar por todas as competições, que vamos dar tudo e que vamos entrar em todos os jogos para ganhar”

“Vamos dar sempre tudo e sabemos que podemos dar ainda mais do que aquilo que demos esta época. Este ano foi um ano menos bom, mas estamos sempre juntos e não tenho dúvidas de que vamos ser campeões na próxima época”, insistiu.

Da temporada 2020/21 ficou o trajeto “brilhante” na Liga dos Campeões. “Merecíamos mais, sobretudo depois da eliminatória heroica que fizemos contra a Juventus, uma equipa que toda a gente sabe que tem um orçamento muito maior do que o nosso. Preparámo-nos muito bem para os jogos com o Chelsea e merecíamos mais do que aquilo que conseguimos”, afirmou.

Na final da Champions estiveram Chelsea, cuja única derrota na prova foi imposta pelo FC Porto, e Manchester City, que até essa partida só não tinha ganho por uma vez, quando visitou... o FC Porto. “Isso diz muito sobre a nossa equipa e sobre o nosso trajeto na Liga dos Campeões”, reforçou o dianteiro espanhol: “Não é fácil tirar pontos ao Manchester City e ganhar ao Chelsea, como os resultados de ambos nesta Liga dos Campeões demonstram”.

Nesta entrevista, Toni Martínez recordou ainda a partida com o Moreirense para se queixar do videoárbitro (VAR). “Há coisas que, infelizmente, não dependem de nós. Há uma ferramenta nova, que é o VAR, que existe para rever todos os lances, mas nem sempre funcionou bem. Há, por exemplo, o meu golo em Moreira de Cónegos, no qual não se vê o pé do defesa nas repetições, em que marcam uma linha por cima do ombro”, comentou.

“São pequenos detalhes que no fim podem fazer toda a diferença, como foi nesse jogo”, continuou o dianteiro portista: “Só espero que daqui para a frente o VAR só seja utilizado para melhorar o futebol e não o contrário, mas são as tais coisas que não dependem de nós. Sempre que seja utilizado para ajudar, é uma ferramenta boa, porque faz justiça no futebol. É uma ferramenta que deve ser bem utilizada para ser justa para todos e não beneficiar este ou aquele”.

Nesse jogo com o Moreirense, Toni Martínez teve dois golos anulados por indicação do VAR. “Um por três centímetros e outro por dez”, lembrou. “São os tais pequenos detalhes que podem fazer a diferença. Agora é arriscado festejar os golos e ter festejos como o meu em Moreira de Cónegos. É difícil marcar, festejar, pensar que vamos ganhar o jogo e depois há a decisão do VAR”, finalizou.