Antigo juiz portuense confessa que nunca foi corrompido e explica o que o leva a não dizer qual o clube que gosta
Jorge Sousa, ex-árbitro internacional português que se retirou no final da última época, assegura que não irá permanecer ligado à arbitragem pelo menos na função de videoárbitro (VAR).
“É uma garantia que eu deixo aqui. Não voltarei a ser videoárbitro”, assegurou Jorge Sousa, dizendo que afastar-se deste meio, isso sim, já é mais difícil. Até porque são mais de duas décadas neste mundo da arbitragem.
Por isso, confessa, perspetiva continuar ligado a este meio através do Conselho de Arbitragem, com o qual vai conversando e falando de alguns projetos.
Em entrevista à TSF, onde destacou que confia no que aí virá para a arbitragem nacional, Jorge Sousa deixou outra garantia – a de ao longo da carreira não o tentaram corromper.
“Não, nunca”, disse, garantindo ainda o porquê de nunca ter revelado a sua preferência clubística.
“Não temos essa cultura desportiva”, referiu, explicando que quando um árbitro chega a casa depois de um jogo e vê que errou tem uma “das piores” sensações que se pode ter enquanto juiz no futebol.
O antigo árbitro olha para a introdução do VAR e entende que este veio reduzir os erros em grande medida.
“Só quem achava que o videoárbitro era a medicação para curar a doença é que vivia num mundo utópico”, disse à TSF.
Jorge Sousa salienta ainda que a questão física pesou na decisão e a saída se dá “por questões meramente físicas”, realçou confessando ainda ser fã de Oblak e Klopp.
Admitindo também que os próprios árbitros sentem a “adrenalina” das decisões e dos ambientes que são provocados nos estádios, Jorge Sousa revela até que chegou a fazer algo que não deveria num embate europeu para a Champions em Istambul, num embate entre Fenerbahçe e Shakhtar.
“O barulho era tão ensurdecedor que eu cometi uma imprudência, que assumo aqui publicamente: tirei o auricular do ouvido, guardei-o no bolso, porque não valia a pena tê-lo”.
Jorge Sousa revela que acabou por “absorver todo o barulho daquele estádio, que era a coisa mais maravilhosa do mundo.”