Portugal
“Eu quero que Vieira me processe, que vá em frente”, diz Rodolfo Reis
2020-09-28 12:30:00
Antigo capitão do FC Porto reage ao processo que Vieira ameaça interpor e pede desculpa aos adeptos benfiquistas

Depois das declarações de Rodolfo Reis na semana passada, que segundo a CMTV geraram a ameaça de um processo judicial interposto pelo presidente do Benfica, o antigo capitão do FC Porto comentou esse cenário, esclarecendo as suas palavras.

“Eu é que vou lá para dentro?”, ironiza Rodolfo Reis, num primeiro comentário a essa alegada queixa de Luís Filipe Vieira na justiça. “Tenho o direito à minha indignação e tenho o direito a ter nojo do que se tem passado no Benfica, com o seu presidente. Tenho o direito a ter nojo de tudo aquilo que o Benfica e o seu presidente têm feito nos últimos tempos”, prosseguiu.

Rodolfo Reis, recorde-se, afirmou que Luís Filipe Vieira iria para a prisão, no dia em que sair da presidência do Benfica, tal “como foi Vale e Azevedo”.

Ontem, no mesmo programa de debate de desportivo em que participa semanalmente, corrigiu uma parte da intervenção.

“Luís Filipe Vieira disse que, se fosse condenado, sairia pelo seu pé. E eu tive aqui uma brincadeira com o Calado, a dizer que, se o presidente do Benfica saísse iria preso. Ora, o que eu quero dizer é que se Luís Filipe Vieira for julgado e condenado – e faltou-me dizer isto – não só sai da presidência do Benfica como vai preso. É o que eu acho, é a minha convicção, é o que se fala nos cafés, nos autocarros, nos comboios”, referiu.

Rodolfo Reis esclarece o que quis dizer na semana passada e corrige: “Se não for condenado, não vai preso. O que queria dizer era isto: se for a julgamento e for condenado, Vieira vai preso”.

O comentador e antigo capitão do FC Porto citou algumas figuras do universo do Benfica que criticam Luís Filipe Vieira e apontam “a vergonha” que sentem por ver o Benfica envolvido em casos judiciais.

“Eu não insultei, eu não maltratei, o que eu disse mantenho. É a minha opinião”, repetiu.

Rodolfo Reis citou um artigo assinado por Aníbal Pinto, seu advogado, onde o causídico defende que o Benfica “sai prejudicado, porque jamais sairá dos holofotes mediáticos pelos piores motivos enquanto ele [Luís Filipe Vieira] se mantiver [na presidência do Benfica]”.

O mesmo artigo refere que “Vieira tem direito à presunção de inocência, não tem é o direito de arrastar o nome do Benfica durante anos para batalhas jurídicas, nas quais será escrutinada a sua honorabilidade”.

Rodolfo Reis insiste que “tem o maior respeito pelo Benfica, pelos seus adeptos e pelos seus jogadores”. E defende que Vieira tem “escapado” graças ao “naipe de advogados” que, diz, “não sei se é ele que paga, ou se é o Benfica”.

O antigo capitão do FC Porto não tem receio de um processo de Vieira. Pelo contrário. Acredita que em tribunal terá a oportunidade de esclarecer as suas palavras.

“Se ele quiser processar-me, que me processe. Nunca pensei ir a tribunal, nunca fui a tribunal. Não tenho medo absolutamente nenhum. Eu quero que Vieira me processe, que vá em frente. Lá é que eu vou falar. Luís Filipe Vieira já foi condenado. Ele já foi condenado a pena de prisão. Eu nunca andei em tribunais. Exaltei-me um pouco, mas mantenho o que disse. Vamos para tribunal”, afirmou.

Rodolfo aproveitou ontem para esclarecer que nunca foi sua intenção magoar os adeptos do Benfica. E pediu desculpa ao universo encarnado.

“Nunca me passou pela cabeça mexer com os adeptos do Benfica, com o Benfica, com os jogadores. Não sou de fugir a nada. Mas resumi-me simplesmente aos processos. Entendo perfeitamente que os benfiquistas se possam sentir magoados. Mas nunca me passou pela cabeça que houvesse esta situação. E peço desculpa. Total. Ao Filipe vieira não peço desculpa. Nem posso. Porque o que disse assumi e assumo. Isto do Benfica é grave demais sempre, com o mesmo homem à frente do Benfica. Longe de mim tratar mal o Benfica, o Benfica do Eusébio. Longe de mim”, referiu.

O antigo futebolista recuou num ponto: está arrependido da "forma grosseira" como se expressou e das palavras que utilizou. "Eu não poderia nem devia ser tão acintoso. Mas eu sou assim e vou morrer assim", concluiu.