Portugal
"Eu acho o sistema da jarra patético. O problema da arbitragem não está aí"
2023-03-03 10:40:00
"Ficam no cantinho de costas viradas para os outros meninos", ironiza antigo dirigente dos leões

O árbitro e o videoárbitro do FC Porto-Gil Vicente, tal como o VAR do Vizela-Benfica ficaram de fora das nomeações do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol para a jornada do final de semana e Carlos Barbosa da Cruz, antigo dirigente dos leões, diz que não entende este tipo de "castigo".

"Eu acho o sistema da jarra patético. Patético. Portanto, não resolve nada, fragiliza os árbitros em questão, que vão voltar a arbitrar porque o quadro é um quadro curto e não vai ao fundo da questão que é muito mais complexa do que essas situações", comentou o antigo dirigente do Sporting, referindo que a situação não se ultrapassa deste modo.

"Estes castigos, esta jarra que agora não é assumida nos árbitros que têm más performances, que ficam no cantinho de costas viradas para os outros meninos, enquanto isto não passar, esta azia das más arbitragens, com toda a franqueza, acho que não fica bem em termos de gestão de efetivos e profissionais", declarou Carlos Barbosa da Cruz.

Em declarações na CMTV, o antigo dirigente verde e branco argumentou, por conseguinte, que, a seu ver, "o problema da arbitragem não está aí".

"O problema da arbitragem está noutro contexto. Está na forma como ela é gerida", afirmou Carlos Barbosa da Cruz, referindo também que não entende como é que durante a semana os presidentes juntaram-se e não foi debatido o tema das arbitragens em Cimeira de Presidentes.

"Fiquei absolutamente perplexo quando anunciaram como um grande feito que na Cimeira de Presidentes não se falou de arbitragem. Eu digo para mim, que diabo? Deveriam era discutir a arbitragem", salientou Carlos Barbosa da Cruz, esperando que os clubes através da Liga, que faz parte da Federação Portuguesa de Futebol, possam tomar medidas para que algo mude na arbitragem a partir do próximo ato eleitoral no organismo federativo que, como se sabe, tutela o setor da arbitragem, hoje liderado por Fontelas Gomes.

"Diligenciar que a arbitragem seja gerida por alguém externo aos árbitros e que perca o caráter corporativo", apelou Carlos Barbosa da Cruz, esperando que possam ocorrer melhorias no setor.

"Se for gerida de uma forma meritocrática, melhora garantidamente. Como está é que não melhora. Este sistema de meter os árbitros de castigo tenho dúvidas que seja bom", concluiu Carlos Barbosa da Cruz.

O tema das arbitragens tem dominado as conversas no futebol nacional, sobretudo agora que o campeonato se aproxima do final e as posições finais da tabela começam a ser decididas entre os diferentes concorrentes.