O selecionador nacional Fernando Santos viu indiferido o seu pedido de enquadramento fiscal do contrato assinado com a Federação Portuguesa de Futebol pelo Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD). De acordo com o Expresso, o técnico da turma das quinas e os seus adjuntos arriscam agora o pagamento de uma verba de IRS sobre mais 20 milhões de euros.

Bruno Mascarenhas, antigo dirigente do Sporting, estranha o silêncio que este caso tem tido e aponta o dedo, como sportinguista, à postura da direção liderada por Frederico Varandas, destacando que "um outro Sporting, com outros dirigentes, não deixaria de se indignar".

Para o antigo dirigente do clube de Alvalade o silêncio que tem pairado sobre este assunto é "incrível". "É absolutamente incrível como está tudo calado e a assobiar para o lado. Ninguém diz nada?", questiona Bruno Mascarenhas.

Por outro lado, o ex-dirigente do Sporting entende que perante esta decisão conhecida Fernando Santos ficou "sem condições éticas para continuar a exercer o cargo."

Em artigo de opinião que assina no portal Leonino, Bruno Mascarenhas destaca reconhecer em Fernando Santos qualidades no trato e está agradecido por ter sido o selecionador nacional que conduziu a turma das quinas aos seus maiores feitos em toda a história, como foi a vitória no Campeonato da Europa de 2016 e na Liga das Nações em 2018, numa fase final realizada em território nacional.

Mas Bruno Mascarenhas diz que não pode pactuar com este silêncio e por isso desafia os dirigentes do Sporting a reclamarem perante a atual situação verificada na Federação Portuguesa de Futebol.

Até porque, insiste Bruno Mascarenhas, "não há outra saída digna e honrosa que não seja a sua demissão" do cargo de selecionador nacional de Portugal.

Como o antigo dirigente verde e brando entende que a instituição Sporting é pautada por ser "defensora da transparência e das boas práticas", este esperava um "firme, imediato e enérgico reparo".

Em jeito de aviso para Alvalade, Bruno Mascarenhas deixa um recado para a administração verde e branca liderada por Frederico Varandas.

"A ética e os valores não podem ser invocados só quando lhes dá jeito", criticou Bruno Mascarenhas, realçando que "Frederico Varandas e seus pares têm aqui a oportunidade de os praticar."

Sobre este caso e em sua defesa, Fernando Santos já garantiu que está "evidente" que este não tentou com a entidade federativa "criar um esquema através do qual se sonegasse informação ou se iludisse a Autoridade Tributária (AT) ou qualquer outra autoridade".