Portugal
"Este momento devia passar nas escolas", destaca António Oliveira
2020-08-02 11:10:00
Antigo selecionador nacional faz apelo emocionado ao Presidente da República

António Oliveira, antigo selecionador nacional, destacou a presença de Iker Casillas nos festejos do FC Porto como um "momento que devia passar as escolas".

O alerta do técnico e comentador, que passou pelo clube azul e branco como jogador e treinador, realçou a "pedagogia positiva" que revestiu esse instante.

"Este momento devia passar nas escolas, para se perceber o que é a amizade entre as pessoas, o que é o espírito de grupo, o espírito solidário", defendeu António Oliveira, no 'Trio d'ataque', da RTP.

"O que é haver um conjunto de virtudes que só o desporto, mais particularmente o futebol, consegue transmitir. Não se esquecerem de ninguém, estivesse ou não aleijado", reforçou, juntando o exemplo de Marcano, central que falhou a parte final da época do FC Porto devido a lesão, ao de Casillas, o antigo guarda-redes dos dragões que teve de acabar a carreira prematuramente devido a problemas de saúde.

"Estão em sintonia perfeita, é um trabalho de equipa tão forte, tão exigente, com tantos sacrifícios, que o FC Porto só tinha um caminho, que era ser campeão nacional e vencer a Taça de Portugal", insistiu.

O comentário de António Oliveira, visivelmente emocionado, surgiu depois do "apelo ao Presidente da República", Marcelo Rebelo de Sousa.

"Depois deste campeonato, das circunstâncias que ainda estamos a passar e desta final da Taça, peça ao País que reconheça o mérito do FC Porto", exortou.

"Só espero que a comunicação do Benfica não invente já uma contratação mundial, assim estilo Neymar (Cavani é muito pouco já), para amanhã [hoje] as páginas dos jornais virem com as novas contratações utópicas de forma a omitir, esconder, sonegar aquilo que é o mérito do FC Porto", argumentou o treinador e comentador.

"Este ano, fomos melhores em todos os aspetos e esse mérito não nos foi reconhecido. Só há uma pessoa capaz desse apelo, a bem do País, até para pôr um pouco de água morna nos ânimos exarcebados. As pessoas não sabem perder e há muitos que não sabem ganhar", concluiu António Oliveira.