Portugal
Em Espinho, quem se queixa das más condições... "mete moeda num pote"
2019-04-02 15:45:00
Rui Quinta conta alguns episódios curiosos vividos no FC Porto e agora no Campeonato de Portugal

As condições de luxo que os grandes clubes mundiais conseguem possibilitar aos seus jogadores ao nível de recursos, de estruturas, equipamento, entre outras coisas, são uma espécie de realidade distante (muito distante) para muitos clubes que contam trocos no seu dia-a-dia e, muitas vezes, fazem 'das tripas coração' para que o gosto pelo futebol se mantenha e a bola continue a rolar. Em Espinho, os ventos não são os mais propícios mas é com humor e originalidade que se tentam ultrapassar as dificuldades.

Rui Quinta, antigo adjunto de Vítor Pereira no FC Porto, treina os 'tigres' e contou que nem o facto de treinar num campo reduzido, pelado e, às vezes, com muita lama, desmotiva a sua rapaziada. Até porque quem ficar desmotivado e lamentar... mete dinheiro no pote.

"Sem desculpas. Se alguém se lamentasse, teria de colocar 50 cêntimos num pote para melhorarmos as condições", contou Rui Quinta, em declarações num fórum de treinadores que decorre, por estes dias, em Portimão.

A treinar num local onde a falta de luz para alta competição é notória, Rui Quinta brincou com a situação e explicou que os seus guarda-redes tiram proveito da situação para potenciar a sua evolução.

"Não iam lá só com a visão, também já iam com o som", contou, entre sorrisos na palestra, sobre o clube que não tem estádio próprio, mas não lhe falta a fé dos adeptos que, com saudade, esperam que um dia os 'tigres' voltem a jogar perto da brisa do mar, como era na antiga casa, onde as assistências eram sempre muitas, tal como agora.

Na palestra dada no fórum de treinadores, Rui Quinta recordou também a sua passagem pelo FC Porto, como adjunto de Vítor Pereira.

"Quando chegámos ao FC Porto para trabalhar com o Vítor Pereira, ninguém nos conhecia, vínhamos da II Divisão. Foram buscar um fato à arrecadação que não fosse muito mau. Depois fomos campeões e na segunda época já tive direito a alfaiate. Até disfarçava a minha marreca. Era um fato à medida", explicou.