Valdo é um dos grandes nomes do futebol mundial que conta, entre outros, com passagens por clubes como o Benfica e o Paris SG. O brasileiro jogou ao lado de grandes estrelas, conviveu de perto com referências do futebol português, brasileiro e mundial, sentou-se à mesa com nomes com lendas da bola como Pelé e Eusébio e por isso fala com autoridade sobre algo que por hoje nota que existe no futebol mas lhe desagrada profundamente. 

"Hoje em dia para alguém falar com um futebolista… é mais difícil do que falar com o Obama", criticou Valdo, dizendo que "a proteção é excessiva, é tudo fechado."

O antigo camisola 10 do Benfica, que lamenta o sistema que envolve os jogadores numa redoma, impedindo o acesso dos adeptos aos jogadores, diz que os clubes deveriam dar maior importância aos adeptos.

"As pessoas pagam bilhete, quotas e nem sequer podem estar perto dos atletas do clube", critica o antigo internacional brasileiro que brilhou com a camisola 10 do Benfica nas costas.

"Digo isto muitas vezes: tudo o que eu tenho e tudo o que eu ponho na mesa existe porque milhares de pessoas estiveram dispostas a pagar bilhete para me ver jogar", acrescentou Valdo, em entrevista ao Maisfutebol.

O antigo internacional brasileiro diz que "o futebol é estranho agora" e admite que gostaria que os agentes pudessem dar mais visibilidade aos artistas da bola.

Mas o futebol mudou e é diferente daquele que foi no tempo de Valdo quando envergou o "manto sagrado", como faz questão de referir quando fala da camisola do Benfica.

Não se alongando em muitos comentários sobre arbitragem, Valdo limita-se a dizer que se na sua altura existisse a ferramenta do videoárbitro nos embates contra FC Porto e Sporting a coisa teria sido diferente.

"Muito duros. Bem, se na altura houvesse VAR… eu não sou especialista, mas agora perde-se cinco minutos às vezes a ver uma falta normal. No meu tempo, com VAR. Ui, ui".

E sobre o Benfica, Valdo assumiu que lhe deu um prazer enorme jogar no antigo Estádio da Luz e, embora reconhece beleza na atual casa do futebol encarnado (que no futuro poderá ser uma espécie de "Tesla dos estádios"), o brasileiro lembra que o antigo reduto encarnado tinha outra imponência.

"O Estádio da Luz moderno é lindo, mas o antigo… que inferno", confessou Valdo que ao serviço do Benfica contabiliza dois títulos de campeão nacional pelo Benfica (1989 e 1991), um triunfo na Taça de Portugal (1996) e outro na Supertaça (1989).