Portugal
Diferenças entre árbitros não se refletem nas classificações
2017-06-08 00:20:00
Diferença entre primeiro e último é de décimas, o que pode ajudar a explicar as grandes variações na classificação

Foi, esta quarta-feira, divulgada a classificação dos árbitros da categoria principal do futebol português, com Jorge Sousa a ocupar o primeiro lugar, enquanto Jorge Ferreira ficou no extremo oposto da tabela, na 23.ª e última posição. No entanto, as notas de um e de outro não são muito diferentes.

Jorge Sousa terminou a época com 8,607 e Jorge Ferreira ficou com 8,353, uma diferença de décimas (0,254) numa escala de zero a dez, o que significa que a diferença na classificação dos árbitros em Portugal é muito reduzida.

Se olharmos as classificações não como um ranking, em que os árbitros estão ordenados do primeiro ao 23.º lugar, mas pela sua pontuação média, as diferenças são quase insignificantes.

Daqui se poderá retirar a conclusão de que os árbitros portugueses estiveram todos a um nível muito semelhante durante a temporada 2016/17 ou de que o sistema de avaliação dos árbitros não reflete devidamente as diferenças na qualidade das prestações de cada um.

O facto de as diferenças serem tão reduzidas pode ajudar a entender por que há árbitros que de um ano para o outro passam das posições cimeiras para a cauda da tabela e vice-versa. Veja-se o caso de Carlos Xistra. O árbitro de Castelo Branco ficou no 18.º lugar na temporada passada, o que significa que foi o pior classificado de entre os que não desceram de categoria, e, este ano, subiu para a terceira posição. Bruno Paixão também deu um grande salto na tabela, do 14.º lugar para o quarto, enquanto, na direção contrária, Jorge Ferreira passou de quinto melhor árbitro em 2015/16 para 23.º e último classificado, nesta época.

Note-se que Xistra, Paixão e Jorge Ferreira não se tratam de árbitros principiantes de quem se poderia esperar uma grande oscilação na qualidade das suas prestações. A questão é que, em grande parte, tais variações se devem ao facto de a diferença entre o quinto lugar e o 23.º ser de apenas 0,169 pontos.

Assim, um ou dois jogos mais infelizes ou um observador mais rigoroso podem ter um impacto muito grande na posição final ocupada por cada árbitro.