O Benfica perdeu frente ao Boavista, no Estádio do Bessa, por 3-0, e terminou uma caminhada que vinha sendo 'demolidora' no campeonato, acabando até por ceder a liderança da classificação ao Sporting.
"Foi uma derrota humilhante. Houve supremacia do adversário em relação a nós. Isto tudo é que nos preocupa e nos deixa triste. Não digo mais nada, lamentavelmente", começou por destacar Gaspar Ramos.
O antigo responsável pelo futebol do Benfica e ex-vice-presidente encarnado entende ainda que a formação orientada por Jorge Jesus acabou por ser derrotada perante um Boavista que foi superior e, por isso, não aceita as desculpas dadas por Jorge Jesus com a tal expressão de 'mata mata'.
"É uma situação normal. Se calhar o Jesus já transmitiu essa mensagem aos seus jogadores. 'Matar' é 'matar' as jogadas, travar os ataques rápidos do adversário", esclareceu Gaspar Ramos.
O ex-responsável pelo futebol encarnado disse ainda que esse tipo de declaração não deveria caber no discurso de um treinador do Benfica que luta pelo título.
"Isso é normal no jogo. Não se pode argumentar com isso. É uma desculpa que não faz sentido num treinador do Benfica, ainda por cima depois do jogo que vimos", referiu Gaspar Ramos.
Jorge Jesus, recorde-se, deu os parabéns ao Boavista pelo triunfo de segunda-feira, diante do Benfica, na sexta jornada da I Liga, porém, em conferência de imprensa, o técnico dos encarnados reconheceu que os axadrezados beneficiaram da ‘brandura’ do árbitro do encontro, que não penalizou as “31 faltas” com cartões amarelos.
"O som dos jogadores e da equipa técnica era 'mata, mata, mata'", confessou Jorge Jesus, considerando também que a equipa falhou muitos passes durante a primeira parte e admitiu que as alterações ao intervalo não surtiram o efeito desejado.
"Não fomos organizados defensivamente. O jogo da primeira parte teve muitas faltas. A equipa do Boavista matava o jogo constantemente, fez 31 faltas. Falhámos muitos passes também. Sofremos o primeiro golo, nunca estivemos a perder e ficámos carregados emocionalmente. Tentei mudar a equipa e não consegui. As substituições não melhoraram. Perdemos, não interessa se por um, dois ou três, porque perdemos", destacou Jorge Jesus.