Portugal
Cruzar, cruzar até marcar, a rotina holandesa deste Sporting
2018-11-24 17:45:00
A equipa leonina pareceu sempre estar formatada para chegar à vitória através de sucessivos cruzamentos para a área

O Sporting venceu por 4-1 e apurou-se para os oitavos de final da Taça de Portugal, na estreia do holandês Marcel Keizer, sob o signo dos cruzamentos, o método que os leões usaram e abusaram para construir um resultado expressivo que disfarça uma primeira parte muito fraca dos leões. A equipa de Alvalade só conseguiu desbloquear a partida graças ao talento individual de Bruno Fernandes, no 2-1, num lance que foi a antitese do jogo leonino, formatado para cruzar, cruzar, até marcar.

No primeiro onze de Keizer, em 4x3x3, destaque para a chamada de Wendel, que nunca contou para os anteriores treinadores, e para o regresso de Jefferson ao onze. Gudelj surgiu na posição seis, mais posicional, Wendel com mais chegada à área. Bruno Fernandes ficava com o papel de 10. Nani e Diaby serviam nas alas Bas Dost.

Com surpresa, o Lusitano também em 4x3x3, mas a defender em 4x1x4x1, assumiu o protagonismo nos primeiros minutos. A equipa de Rogério Sousa entrou atrevida e teve logo dois lances de muito perigo junto à baliza de Renan, por Diogo Braz e Nuno Rodrigues.

O Sporting procurava sair a jogar em toques curtos, de pé para pé, mas a revelar uma lentidão de processos que permitia nao Lusitano reorganizar-se defensivamente. As poucas situações de mperigo que o Sporting conseguia criar eram através de remates de meia-distância, o que diz bem da boa organização defensiva da equipa do Campeonato de Portugal.

Os cruzamentos foram um recurso a que o Sporting recorreu ene vezes ao longo da partida, com Jefferson em particular destaque, mas sempre sem ninguém na área para responder de forma assertiva. Mas tantas vezes vai o cântaro à fonte que um dia lá fica. E num desses cruzamentos do lateral esquerdo brasileiro Bas Dost fez o primeiro golo do Sporting. Um golo que os leões não fizeram muito por merecer, mas que premeia a insistência da equipa neste tipo de lance. Uma bola mal perdida por Bruno Fernandes viria, no entanto, a estar na origem do golo do empate do Lusitano, ainda antes do intervalo. Nuno Rodrigues acelerou pela direita e cruzou para Diogo Braz cabecear na cara de Renan e fazer o empate. Festa rija no Estádio do Fontelo. Quem com ferro mata, com ferro morre. Neste caso, o Sporting provou do mesmo veneno com que tentou superiorizar-se ao adversdário, os cruzamentos.

O empate ao intervalo acabava por não surpreender. O Sporting tinha tido mais bola, tinha atacado mais, rematado mais, mas era tão lento de processos que deu sempre tempo para o Lusitano se organizar defensivamente e não se enervar, espreitando sempre com perigo uma janela de oportunidade para lançar o contra-ataque.

Acabou por ser o talento individual de Bruno Fernandes a desbloquear um jogo que estava a ser complicado para resolver para o Sporting. Um lance que foi a antítese do jogo leonino, um lance interior de toque curto e finalização de classe do internacional português. A partir daqui o Lusitano, que até aí vinha oferecendo resistência valente, entregou-se e o Sporting no período de dois minutos 'matou' o jogo. Primeiro por Bas Dost, de novo a corresponder a um cruzamento de Jefferson, depois por Diaby a corresponder a um cruzamento de Bas Dost. Como é que se diz mesmo cruzar em holandês?