Ex-dirigente do Benfica defende que oferta de camisolas “é prática comum” e realça que “o FC Porto também oferece”
A alegada oferta de camisolas do Benfica à equipa de arbitragem liderada por João Pinheiro, após a partida com o SC Braga, terá sido divulgada apenas para dar força às críticas feitas pela formação minhota, no entender de Braz Frade.
No entender do antigo vice-presidente das águias, é normal os clubes, principalmente os que têm mais adeptos, fazerem estas ofertas de cortesia. A referência às camisolas oferecidas após a partida com o SC Braga é encarada pelo ex-dirigente como uma associação forçada ao caso dos vouchers.
“Isto é um não-caso, foram buscar uma coisa para ver se podiam contestar a arbitragem. Contestem-na pelas decisões tomadas, não por estas porcarias”, afirmou. Se fosse para recuperar polémicas antigas, “podíamos falar nos relógios que o FC Porto oferecia há uns anos”, acrescentou.
“O Benfica não é o único clube que faz isso. Dei-me ao trabalho de ir ao site da Federação Portuguesa de Futebol e trouxe dois relatórios de árbitros, que são públicos, do FC Porto-Portimonense e do FC Porto-Boavista. O FC Porto também oferece camisolas. É uma prática que é comum. Não vejo um árbitro mudar um resultado por causa de uma camisola”, insistiu.
Se é para recuperar a polémica “dos kits Eusébio”, que deram origem à denúncia feita pelo então presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, e que estaria na origem do caso dos vouchers, convém lembrar o que disse a UEFA sobre isso, atestando “três vezes” que o Benfica não cometeu qualquer ilegalidade.
“Mesmo os kits Eusébio, três decisões da UEFA, com os recursos todos que o Sporting fez, dizem que são legítimos. A UEFA veio dizer que não era problema nenhum”, frisou Braz Frade.
Do caso dos vouchers surgiu uma regulamentação das ofertas que os árbitros podem receber. No entanto, há árbitros que não indicam no relatório essas ofertas de cortesia, acusou o antigo vice-presidente do Benfica.
“O meu clube assume frontalmente que em todos os jogos oferece uma camisola a cada membro das equipas de arbitragem. O FC Porto faz o mesmo, quanto se percebe pelos relatórios, não sei se assume. Mas nem todos os árbitros declaram no relatório que recebem. Fui ver relatórios de jogos do Benfica e está lá que não receberam nada quando na verdade receberam e deviam ter declarado”, afirmou
O ex-dirigente não consultou, para o mesmo fim, qualquer relatório de jogo do Sporting porque este clube “acabou com isso quando foi a história daquela queixa” de Bruno de Carvalho.
Em jeito de conclusão, Braz Frade lamentou que se fale tanto das camisolas que o Benfica oferece e nada das camisolas que o rival FC Porto… também oferece, assim como fazem outros clubes.
“No jogo com o Portimonense, em casa, o FC Porto ofereceu as camisolas e ainda ofereceu uma bandeja de prata (está aqui no relatório), não estou a ver que isto condicione o resultado”, finalizou o antigo vice-presidente do Benfica.
Recorde-se que, logo após o jogo, o presidente do SC Braga, António Salvador, deixou fortes críticas à equipa de arbitragem liderada por João Pinheiro.
“Sei que é muito milhão que está em jogo. Eu sei e vocês também sabem. Mas é preciso que dentro do campo haja igualdade nos critérios”, referiu António Salvador. É uma revolta grande que sentimos”, disse o dirigente minhoto.