Makaridze, guarda-redes do Moreirense, não chegou a acordo para se juntar à equipa de Braga
O SC Braga foi a primeira equipa a iniciar a pré-temporada, devido à participação precoce nas eliminatórias da Liga Europa, mas nem por isso tem tudo a postos. Há muito por definir, com umas posições carenciadas e outras possivelmente sobrelotadas.
A equipa de Abel Ferreira começou a trabalhar no dia 19 de junho (bastante mais cedo do que as restantes), trazendo sete reforços para a nova temporada, quase todos eles com créditos firmados na I Liga. Num dado adicional, que não define nada, mas ajuda, os minhotos perderam, nesta quarta-feira, frente ao Varzim (0-1), num jogo particular, mostrando que nem tudo está perfeito.
José Barroso, histórico defesa do clube, falou ao Bancada e tentámos perceber quais são as indefinições minhotas, nesta fase, e como podem ser resolvidas.
Baliza é problema
“Desde que se aleijou o Marafona que faz sentido ir buscar um guarda-redes”, defende Barroso. Mas já lá vamos.
Com a lesão grave de Marafona, que até o impediu de ir à Taça das Confederações, o Braga ficou com problemas na baliza, dado que a lesão do português não deverá permitir que o guarda-redes volte antes de 2018.
Sem o seu titular, sobram Matheus e Tiago Sá. O primeiro foi sempre opção intermitente nas três temporadas que leva de SC Braga, enquanto o segundo ainda não se estreou pela equipa principal. Para terceiro guarda-redes foi chamado Tiago Pereira, promovido da equipa B, que também se lesionou no joelho, com gravidade.
Posto isto, há dois cenários: atacar a temporada com Matheus a titular e dois jovens como alternativas ou ir ao mercado.
“Desde que se aleijou o Marafona que faz sentido ir buscar um guarda-redes. É logica essa situação. É um lugar específico para uma equipa”, explica o ex-capitão bracarense.
Das palavras recentes de António Salvador, presidente do clube, é facilmente percetível que a opção tomada é a que defende Barroso. “Makaridze nunca será jogador do SC Braga. Havia um acordo com o Moreirense, com o empresário do jogador e com Makaridze, mas, quando nos sentámos para assinar, o jogador apresentou outros valores. Não admito falta de caráter e por isso não foi possível chegar a acordo”, revelou Salvador, assumindo o interesse no guarda-redes do Moreirense.
Falhada a contratação de Makaridze, resta saber para que alvo se virará o Sporting de Braga. Mas, para Barroso, não é só a baliza que é um lugar específico. A defesa também o é.
Falta um central?
Os rumores dos últimos dias têm avançado o interesse do Braga em Paulo Oliveira, central do Sporting. Neste momento, Abel Ferreira tem Ricardo Ferreira, Lazar Rosic e o reforço Raúl Silva, que chegou do Marítimo.
Questão por resolver: ir ao mercado por um quarto central que dê garantias ou apostar em Lucas Cunha, jovem de 20 anos, promovido da equipa B?
Barroso, nesta questão, também não tem dúvidas: “É um lugar que o Sporting de Braga necessitará de reforçar, além de ser também um lugar-chave numa equipa de futebol”.
O motivo, explica, está relacionado com os altos objetivos do clube: “Penso que se quiser atacar provas europeias, Campeonato, Taça de Portugal e Taça da Liga, é muito lógico reforçar essa posição”. “Sobretudo num lugar em que na época passada o Braga teve muitos problemas”, acrescenta.
E extremos, onde andam?
Alan, Fede Cartabia, Ricardo Horta. O que têm em comum? Foram três dos principais extremos do Braga, na última temporada, e já não fazem parte do plantel, para 2017/18.
Alan, histórico capitão, terminou a carreira, enquanto os outros três jogadores terminaram o período de empréstimo.
Se saíram quatro das oito opções para as alas, a conclusão seria fácil: Braga no mercado. No entanto, até agora, chegou apenas um jogador: Fábio Martins, que regressou de empréstimo e se juntou a Pedro Neto, Wilson Eduardo, Bruno Xadas e Didi. Além do jogador que estava emprestado ao GD Chaves, subiu ainda Joca, da equipa B.
É suficiente? Para Barroso, depende.
“Depende do sistema e do modelo de jogo que o Abel vai adotar. Se for a ideia da época passada, penso que o modelo não passará muito pelos extremos”, explica, antes de mostrar confiança no trabalho feito: “O Abel já terá a equipa na cabeça, sobretudo com a eliminatória da Liga europa tão perto”.
O que falta de um lado, está em excesso do outro
A outra indefinição no plantel bracarense é no lote de avançados. Aqui, não há necessidade de adquirir. O problema – se é que o é – é o excesso de opções. Faz sentido que Abel Ferreira comece a temporada com Rui Fonte, Stojilikovic, Hassan, Luther Singh e ainda os reforços Paulinho (ex-Gil Vicente) e Dyego Souza (ex-Marítimo)?
A explicação não difere muito da que foi dada para os extremos. É o sistema, mais uma vez, a mandar na questão. “Depende novamente do sistema e do modelo de jogo”, defende Barroso. “Se o Abel jogar como na época passada, penso que seis avançados não é um exagero. Se jogar só com um avançado, se calhar um ou outro estarão a mais”.
E se podem estar a mais, como diz Barroso, há que dar atenção à imprensa desportiva, que tem noticiado propostas por Stojilikovic, sobretudo da Grécia, o que facilitaria a escolha a Abel Ferreira.
O Sporting de Braga joga na Liga Europa no dia 27 de julho. Isto equivale a dizer que, idealmente, todas estas dúvidas terão de ser desfeitas nos próximos dias, sob pena de, daqui a 22 dias, termos, num Braga europeu, um plantel com indefinições.