O clima de divisão interna no FC Porto leva a que Nuno Encarnação, sócio e conhecido portista, faça um apelo para que o Ministério da Administração Interna tome conta da situação no FC Porto. "Penso que não restará outra alternativa senão colocar a polícia no epicentro de uma campanha que durará meses e que se poderá tornar numa batalha campal", avisou Nuno Encarnação.

O gestor admite mesmo que "a cidade do Porto é um caso de polícia nesta altura" e realça que não seria de estranhar a frequente presença do Corpo de Intervenção da polícia no anfiteatro azul e branco.

"O Estádio do Dragão seria digno da visita permanente do Corpo de Intervenção para que algo de mais grave não ocorra", observou Nuno Encarnação, em declarações no Correia da Manhã, onde deu conta de que a poucos meses de se comemorarem, em Portugal, os 50 anos da instauração da liberdade, com a queda da ditadura, "os cravos murcharam a norte".

"A poucos meses dos 50 anos do 25 de Abril, os cravos murcharam a norte", disse Nuno Encarnação, em alusão à revolução que ficou conhecida por Revolução dos Cravos, em Portugal.

"A democracia só pode ser exercida se a garantia à liberdade for dada e assegurada por quem de direito", apelou ainda o conhecido associado do clube azul e branco.

"Peço sinceramente às autoridades, ao Ministério Público, ao Ministério da Administração Interna"

Neste sentido, recorde-se, também André Villas-Boas tinha feito um apelo ao Ministério Público e à secretaria de Estado do Desporto e da Juventude, no sentido de estarem em alerta e prontidão para o contexto que o FC Porto vive nesta fase.

"Peço sinceramente às autoridades, ao Ministério Público, ao Ministério da Administração Interna, ao Instituto Português do Desporto e da Juventude, ao Secretário de Estado do Desporto, que peça com urgência [as filmagens] das câmaras da vigilância do Estádio do Dragão, do Dragão Arena, e proceda a uma investigação das agressões e dos atos bárbaros que se passaram", disse André Villas-Boas, na sequência dos confrontos que ocorreram no pavilhão do FC Porto durante uma Assembleia Geral Extraordinária.

Na altura, André Villas-Boas, sócio do FC Porto e antigo treinador do clube portista, disse que o emblema nortenho está "refém de uma guarda pretoriana". E nesse sentido, o ex-técnico apelou a que seja feita uma "reflexão profunda" no FC Porto.

"Estamos reféns de uma guarda pretoriana que persiste em intimidar alguns sócios do FC Porto, que demonstram querer, em sua vontade, exercer o seu direito de voto, de se expressarem e de serem livres. Isto tem de terminar", concluiu André Villas-Boas.