As inscrições que apareceram nas paredes da casa de André Villas-Boas não são esquecidas por Miguel Sousa Tavares e o conhecido associado do FC Porto admite que estas pinturas "de guerra" são "um sinal preocupante para as eleições que aí vêm no FC Porto", agendadas para o próximo ano de 2024.

Para o escritor, as frases que foram deixadas na habitação de André Villas-Boas representam um "caso de polícia" e agora "está nas mãos da polícia garantir que também ali vigora o Estado de Direito democrático".

Contudo, Miguel Sousa Tavares realça que esta obrigação está "sobretudo" nas "mãos do presidente em funções" que, a seu ver, deve mostrar "que preserva mais a dignidade do clube do que a manutenção do seu lugar".

"Está nas mãos da polícia garantir que também ali vigora o Estado de Direito democrático"

Mas é o ponto da revisão de estatutos, que o FC Porto está a preparar, que preocupa Miguel Sousa Tavares, nomeadamente em relação à questão de eventuais negócios entre elementos com ligação à estrutura.

"Fingindo proibir-se os negócios entre a SAD e os seus administradores ou familiares - uma condição básica até de pudor na gestão - logo se acrescenta uma ressalva excecionando os casos em que tal seja do 'superior interesse do clube'", relata Sousa Tavares, em artigo de opinião no Record.

No entendimento do escritor e conhecido portista é necessário que alguma coisa seja feita. "Caramba, 42 anos de poder absoluto não chegam ainda, ao menos para aprender boas maneiras?", questiona Sousa Tavares, que aproveitou também para velar críticas ao rendimento de David Carmo.

"Até quando teremos de levar com o David Carmo 23 milhões, quando há por aí centrais bem melhores e mais baratos"

O escritor Miguel Sousa Tavares lamenta que Sérgio Conceição mantenha a aposta no central contratado ao SC Braga e diz que "se não cai o Carmo, um dia cai a Trindade".

De resto, também não percebe Miguel Sousa Tavares as razões que levam a que Medhi Taremi marque alguns penáltis do FC Porto quando são assinalados pelas equipas de arbitragem.

Mas é sobre a aposta em David Carmo que Miguel Sousa Tavares mais se alonga em críticas. "Até quando teremos de levar com o David Carmo 23 milhões, quando há por aí centrais bem melhores e mais baratos."

Aliás, Sousa Tavares diz que não gosta do estilo "caterpillar do central em que Sérgio Conceição insiste" para jogar no onze titular dos azuis e brancos nesta temporada.