Portugal
"Campeonato de 2021 é do árbitro Hugo Miguel como o de 2000 foi do Bruno Paixão"
2021-07-08 22:20:00
Pinto da Costa fala das "arbitragens infelizes" que e recorda a única vez que viu Fernando Santos "perder a cabeça"

O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, voltou a criticar Hugo Miguel pela arbitragem na partida com o Moreirense, para a 29.ª jornada da I Liga 2020/21, afirmando que o árbitro decidiu esse campeonato, tal como Bruno Paixão fez em 2000 e Inocêncio Calabote tinha feito no longínquo ano de 1959.

"No futebol, há sempre arbitragens melhores e piores, mais felizes e menos felizes. Tudo isso acontece e faz parte do futebol. Agora, há ciclicamente arbitragens que marcam um campeonato. Assim como o campeonato de 1959 ficou conhecido como o campeonato do Calabote, esee campeonato de 2000 ficou conhecido como o campeonato do Bruno Paixão", começou por referir Pinto da Costa, ao recordar o ano de 2000, no episódio de hoje da série do Porto Canal, 'Ironias do Destino', sobre os 39 anos na presidência do FC Porto.

Na memória dos portistas está a visita do FC Porto ao Campomaiorense, em fevereiro de 2000. Os dragões reclamaram quatro grandes penalidades por marcar e a expulsão do central José Soares por alegada agressão a Jardel, avançado que teve um golo anulado por Bruno Paixão nessa partida.

"Fomos jogar a Campo Maior e foi uma arbitragem de tal forma inqualificável que ainda hoje, quando se fala desse campeonato, se fala do Bruno Paixão, porque foi uma arbitragem absolutamente incrível e tendenciosa", insistiu o presidente do FC Porto.

A partir desse jogo de 2000, Pinto da Costa recordou a visita ao Moreirense da temporada passada: "Como o campeonato de 2021 vai ficar para sempre como o campeonato do Hugo Miguel. São arbitragens tão infelizes, tão infelizes que marcam a própria história do campeonato".

Nessa partida em Moreira de Cónegos, o FC Porto queixou-se de três alegadas grandes penalidades não assinaladas por Hugo Miguel. Em resposta, surgiram vários castigos, que levaram mesmo o treinador Sérgio Conceição a não falar mais até ao final da temporada.

"Ao futebol ainda não chegou o 25 de Abril, não há liberdade de expressão. Não se poder criticar o que toda a gente vê que está errado... Repito, falta um 25 de Abril ao futebol português. E falta que as pessoas tenham o legítimo direito de se indignar, como dizia Mário Soares", comentou Pinto da Costa.

"Dizer-se que o Hugo Miguel não marcou três penáltis... Toda a gente disse, é uma realidade e provoca indignação. Há gente que ainda não percebeu que há esse direito de falar sobre factos que acontecem e há o direito de se mostrar indignado quando as coisas não acontecem corretamente. Ainda há gente do antigamente e com mentalidade retógrada que não aceita que os outros possam manifestar a sua opinião", reforçou.

Ainda a propósito das arbitragens, nesse ano de 2000 o FC Porto queixou-se também das mesmas nas provas europeias, após uma eliminatória polémica com o Bayern Munique. "Foi a primeira e única vez que vi o treinador Fernando Santos perder a cabeça com um árbitro. E com toda a razão", lembrou.

"Foi uma época em que não fomos felizes. Ainda assim, conseguimos vencer a Taça de Portugal, contra o Sporting, para demonstrar que, de facto, o FC Porto era a melhor equipa portuguesa, sem dúvida alguma", concluiu Pinto da Costa.