O antigo diretor de futebol do Benfica António Carraça defendeu, no programa Futebol Total, do Canal 11, que o clube da Luz avançou para a contratação de Jhonder Cádiz, então ao serviço dos sadinos, por solidariedade.
Numa altura em que se debatiam os grandes investimentos do futebol português, dominados pelo Benfica, abordou-se a passagem fugar do avançado venezuelano pelo emblema encarnado – foi transferido pouco tempo depois de chegar à Luz.
António Carraça defendeu que a aquisição do jogador agora com 25 anos “não foi um investimento para o futuro”.
“Toda a gente sabe que o Cádiz foi um gesto de solidariedade do Benfica para com o Vitória de Setúbal, no sentido de não acontecer o que lhe aconteceu agora”, referiu, aludindo à crise financeira que os sadinos mergulharam.
Entretanto, o clube de Setúbal não cumpriu os requisitos para participar na I Liga, devido a dificuldades financeiras, e acabou por descer aos distritais.
Sobre a política de contratações do Benfica, e os elevados investimentos em avançados, nos últimos anos, o antigo diretor de futebol do clube da Luz aceita que há um risco e que nem todos os investimentos trazem retorno.
“Em qualquer atividade, quando é necessário fazer investimentos, não podemos esperar que todos tenham retorno. O que se deve fazer é reunir informações, enquadrar investimento no sentido de minimizar o erro”, salientou.
Abordando a chegada de Darwin Núñez, reiterou que “esta atividade profissional está dependente de fatores endógenos”, como “as decisões dos treinadores, aspetos psicológicos do jogado”, pelo que é prematuro antever uma grande transferência, até porque o uruguaio tem apenas 21 anos.
“A carreira dos jogadores está cada vez mais dependente da carreira do treinador”, concluiu António Carraça.