Dérbi com muitos golos e emoção até final
O Benfica venceu o Sporting, por 4-3, no Estádio da Luz, em Lisboa, e colocou um ponto final na invencibilidade do campeão nacional ao fim de 33 jornadas na I Liga de futebol.
Depois dos festejos durante a semana pela conquista do primeiro campeonato nacional em 19 anos, a equipa liderada por Rúben Amorim entrou com algumas novidades no ‘onze’, nomeadamente Matheus Reis, João Pereira, Matheus Nunes e Daniel Bragança.
Já do lado ‘encarnado’, o técnico Jorge Jesus voltou a recuperar o modelo de três centrais, com Vertonghen a juntar-se a Lucas Veríssimo e Otamendi na defesa.
O equilíbrio marcou os primeiros minutos da partida. No entanto, o Benfica conseguiu ser o primeiro a descobrir espaços na retaguarda adversária e não perdoou na primeira grande oportunidade que teve, com Seferovic a fazer aos 12 minutos o 1-0 na sequência de uma excelente assistência de Pizzi para o espaço central, em que o suíço desviou ligeiramente a bola de Ádan, sem que a posterior tentativa de corte de Nuno Mendes evitasse o golo.
Os ‘leões’ responderam de pronto com duas transições rápidas a colocar a defesa ‘encarnada’ em sentido: primeiro, com uma fuga de Nuno Santos na esquerda culminada num cruzamento ao qual Pedro Gonçalves não conseguiu chegar para rematar; depois, foi o próprio Pedro Gonçalves a assumir o papel de assistente, mas o cruzamento para Paulinho, que estava isolado, acabou ‘cortado’ providencialmente por Lucas Veríssimo.
O dérbi mostrava a sua melhor face, perante a boa atitude dos dois rivais, com futebol positivo, aberto e descomplexado sobre o relvado. Só que o meio-campo ‘leonino’ não carburava com o ritmo habitual, face às ausências de João Palhinha e João Mário, e o Benfica voltou a reforçar a vantagem, chegando ao 2-0 aos 29, após uma notável combinação entre Ewerton e Pizzi, concluída com o golo do internacional português.
A confiança do Benfica cresceu e materializou-se no 3-0, oito minutos depois, graças a um cabeceamento certeiro de Lucas Veríssimo no seguimento de um pontapé de canto executado por Pizzi. O Sporting via-se numa inédita posição de uma desvantagem de três golos nesta prova, mas o campeão não tinha abdicado dos pontos do dérbi e fez o 3-1 nos ‘descontos’ para o intervalo, com Pedro Gonçalves a finalizar à entrada da área com o pé esquerdo.
Para a segunda parte, Rúben Amorim corrigiu algumas coisas, com o lançamento em campo de João Mário e João Palhinha, impondo outro músculo e capacidade de transição no meio-campo. E se os primeiros sinais eram já positivos, Matheus Nunes acabou por complicar a resposta da equipa ao cometer de forma displicente uma grande penalidade sobre Grimaldo, que Seferovic não teve problemas em transformar no 4-1 aos 49 minutos.
Com o renovado conforto dos três golos, Jorge Jesus tirou Taarabt e colocou Gabriel em campo. A entrada do brasileiro visava conferir outra capacidade de luta no meio-campo, mas traduziu-se num progressivo recuo do Benfica, imediatamente aproveitado pelo Sporting para ameaçar com uma bola no poste de Pedro Gonçalves e, depois, para chegar ao 4-2, por Nuno Santos, num belo gesto técnico, relançando a discussão do encontro.
O campeão mostrava agora as suas garras e pressionava o Benfica para o seu último reduto, em mais uma prova de competitividade e de crença em si mesmo. Foi com esse espírito que alcançou o terceiro golo na partida, novamente por Pedro Gonçalves – igualando outra vez Seferovic no topo dos melhores, ambos com 20 tentos -, desta feita na conversão de uma grande penalidade, aos 77 minutos.
Desenhava-se o cenário de uma reação plena do Sporting até ao empate e na salvaguarda da sua marcha invicta na I Liga, com Pedro Gonçalves a obrigar Helton Leite a defender para o poste logo de seguida. Contudo, o Benfica resistiu ao assédio ‘leonino’ e até se reinventou no contra-ataque, ficando muito perto do quinto golo nos minutos finais pelos recém-entrados Waldschmidt e Rafa. O 4-3 resistiu e assim encerrou um dérbi emotivo na Luz.
Com esta vitória, o Benfica soma agora 73 pontos e reduz provisoriamente para um a diferença para o ‘vice’ FC Porto (74), que visita ainda hoje o Rio Ave. Por sua vez, o Sporting segue com 82 pontos, despedindo-se apenas da sua caminhada imaculada na competição.
Jogo realizado no Estádio da Luz, em Lisboa.
Benfica – Sporting, 4-3.
Ao intervalo: 3-1.
Marcadores:
1-0, Seferovic, 12 minutos.
2-0, Pizzi, 29.
3-0, Lucas Veríssimo, 37.
3-1, Pedro Gonçalves, 45+1.
4-1, Seferovic, 49 (grande penalidade).
4-2, Nuno Santos, 62.
4-3, Pedro Gonçalves, 77 (grande penalidade).
Equipas:
– Benfica: Helton Leite, Lucas Veríssimo, Otamendi, Vertonghen, Diogo Gonçalves (Nuno Tavares, 81), Weigl, Taarabt (Gabriel, 53), Grimaldo, Pizzi (Rafa, 82), Everton (Darwin, 90) e Seferovic (Waldschmidt, 90).
(Suplentes: Vlachodimos, Nuno Tavares, Gabriel, Chiquinho, Pedrinho, Rafa, Waldschmidt, Gonçalo Ramos e Darwin).
Treinador: Jorge Jesus.
– Sporting: Adán, Gonçalo Inácio, Coates, Matheus Reis (Jovane Cabral, 69), João Pereira (João Mário, 46), Daniel Bragança (João Palhinha, 46), Matheus Nunes, Nuno Mendes, Pedro Gonçalves, Nuno Santos e Paulinho.
(Suplentes: Luís Maximiano, Eduardo Quaresma, Luís Neto, Antunes, João Palhinha, João Mário, Dário Essugo, Gonzalo Plata e Jovane Cabral).
Treinador: Rúben Amorim.
Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Grimaldo (07), Matheus Reis (31), Lucas Veríssimo (38), Otamendi (43), Gabriel (57), Nuno Mendes (57), João Mário (65), Nuno Tavares (87), Darwin (90+2) e Pedro Gonçalves (90+2).
Assistência: Jogo disputado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.