Portugal
“Benfica tem no Seixal 14 antigos profissionais do Sporting”, diz Soares Franco
2019-10-25 12:00:00
Antigo presidente do Sporting considera que "autodestruição da academia" de Alcochete foi erro crasso

O antigo presidente do Sporting, Filipe Soares Franco, considerou nesta sexta-feira que o desinvestimento na formação ajuda a compreender o cenário de crise que o clube de Alvalade enfrenta.

Num debate da TSF, onde se analisou a realidade leonina, Soares Franco defendeu a permanência de Frederico Varandas no cargo, apesar dos “erros” cometidos pelo presidente e pelas anteriores direções.

E um dos erros foi descurar a Academia de Alcochete. O ex-presidente considera que o Sporting avançou para “a autodestruição da sua academia”, ao mesmo tempo que o Benfica apostou nesse projeto.

“Hoje, no campus do Seixal, do Benfica, estão 14 antigos profissionais que estavam na Academia do Sporting, a começar pelo seu diretor-geral [Pedro Mil-Homens]. Começamos a perceber quando é que se começou a trilhar o caminho da autodestruição”, apontou.

“Recordo, com orgulho, que, quando fui presidente, a equipa principal chegou a entrar em campo com oito jogadores oriundos da formação. Isto significa que havia um trabalho de base bem feito. Se queremos voltar a ser competitivos, temos de voltar à base e dizer a verdade aos sócios”, lembra.

E Frederico Varandas “não disse a verdade aos sócios, quando tomou posse”: “Não contou. Entrou com uns 'soundbites', a dizer que íamos valorizar a marca, aumentar o merchandising, íamos ter um plano estratégico, mas nada disso estava quantificado, nem com que meios ia fazer isso. Mas, ao fim de muito pouco tempo, ele sabia se podia ou não fazer isso… E eu, se estivesse no lugar dele, teria contado a verdade. Não tenho nenhuma dúvida”.

Soares Franco entende que, quando Varandas toma posse, o Sporting estava num cenário em que não poderia lutar de igual para igual com os rivais. “A probabilidade de lutar pelo título seria menor. Porque o investimento que ele teria de fazer seria na formação”, defende.