Portugal
"Nós dizíamos que quem mandava no Estádio Nacional era o Benfica", diz Magalhães
2020-07-30 09:20:00
Ex-internacional português antevê final da Taça de Portugal e diz que as águias estão mais pressionados que o FC Porto

O Benfica vai entrar mais pressionado do que o FC Porto Na final da Taça de Portugal de futebol, agendada para sábado, em Coimbra, avançou o antigo internacional português Álvaro Magalhães.

“Quem representa equipas que lutam por títulos tem de estar sempre pressionado para ganhar. A pressão é saudável e o Benfica está pressionado em todos os jogos para ganhar, agora mais do que nunca, porque é uma chance de dar uma alegria aos adeptos”, afirmou à Lusa o ex-futebolista dos ‘encarnados’, de 59 anos, salientando: “Estão os dois pressionados, mas mais o Benfica, porque o FC Porto já tem o título mais desejado, o campeonato”.

Vencedor de quatro edições da Taça enquanto jogador do clube da Luz e com outra no currículo como treinador adjunto dos ‘encarnados’ em 2004, o antigo lateral entende que a história tem um papel na final e que essa pende a favor do Benfica, com oito vitórias em nove finais contra o FC Porto.

Sem esconder o “sentimento de que é possível ganhar mais uma vez”, reconhece, porém, que o facto de o jogo se disputar sem público e em Coimbra pode ter influência.

“Nós dizíamos que quem mandava no Estádio Nacional era o Benfica”, lembrou o ex-futebolista, assinalando as circunstâncias especiais ditadas pela pandemia de covid-19: “É um jogo sem público e isso torna-a uma final esquisita, porque este jogo é sempre o último da temporada e é a festa do futebol quando é no Estádio Nacional. Esta é uma final triste, com duas equipas sem o apoio dos seus adeptos”.

Os duelos entre os dois rivais ao longo desta temporada evidenciam uma superioridade em toda a linha dos ‘azuis e brancos’, com duas vitórias (2-0 na Luz e 3-2 no Dragão) em outros tantos jogos e Álvaro Magalhães, que vestiu a camisola ‘encarnada’ durante nove épocas, nem hesita em reconhecer a justiça dos triunfos da formação comandada por Sérgio Conceição.

“Faltou capacidade em todos os aspetos, técnicos e táticos. A equipa do Benfica, este ano, não esteve ao nível a que habituou os seus adeptos. O FC Porto foi superior, mais compacto, mais equilibrado e mereceu ganhar os dois jogos. É uma equipa que vale pelo seu todo e o Benfica esteve muito mal nestes dois jogos. O FC Porto ganhou com toda a justiça”, frisou.

Instado a analisar de forma mais detalhada os trunfos da equipa portista, o antigo lateral assinala que “o FC Porto vale pelo seu todo e é um coletivo mais forte, mais homogéneo, mais compacto e mais realista”, características que não reconhece neste momento ao conjunto orientado por Nélson Veríssimo.

“O Benfica tem algumas individualidades que poderão surgir neste jogo e desequilibrar, como Cervi, Rafa, Vinícius, mas o setor defensivo do FC Porto é muito superior ao do Benfica, tem mais experiência, é mais equilibrado e é mais realista”, finalizou.

A final da Taça de Portugal entre o campeão nacional FC Porto e o ‘vice’ Benfica está marcada para sábado, às 20:45, no Estádio Cidade de Coimbra, num embate que será disputado sem público nas bancadas, devido à pandemia de covid-19.