Vítor Pereira, treinador bicampeão nacional pelo FC Porto, apontou uma vantagem ao Sporting no dérbi de segunda-feira com o Benfica, para a 16.ª jornada da Liga.

Numa partida marcada pela pressão imposta pela rivalidade, o Sporting beneficia da ausência de público, devido à pandemia de covid-19, no Estádio José Alvalade.

Isto porque o plantel orientado por Rúben Amorim é muito jovem e poderia acusar a pressão se, durante o dérbi, as coisas começassem a correr mal.

"Para o Sporting, é uma vantagem não ter adeptos no estádio, não cria ansiedade. Não sei como é que estes miúdos formados no Sporting reagiriam ao impacto que a multidão teria sobre eles", afirmou.

Já o Benfica lida com uma pressão de outra ordem, pois tem cometido "erros" que deixam a equipa, à entrada para a 16.ª jornada, a seis pontos do rival que comanda o campeonato, tendo ainda o FC Porto entre ambos.

A culpa não é de Jorge Jesus, garantiu Vítor Pereira. "O Benfica está a cometer erros, mas eu pergunto: Ele tem tido tempo para trabalhar? Porque os erros só se corrigem no treino. Posso mostrar vídeos, mas se não vais ao campo as correções não surgem. Tem tido falta de tempo de trabalho", frisou.

Numa antevisão do dérbi, excerto da entrevista concedida à RTP3, a passar na íntegra no 'Trio de Ataque', o técnico que foi bicampeão pelo FC Porto revelou que teve convites para orientar os dois rivais de Lisboa. "Mas não foi dos presidentes", esclareceu.

“Não nego que recebi convites do Sporting e do Benfica, mas não foi dos presidentes. No futebol, nunca sabemos o que é verdade e o que é mentira. Muitas vezes, o agente liga e diz que tem um clube, mas não se anda para a frente. Se andarmos para a frente, depois em termos concretos não há clube nenhum. Não posso dizer que fui abordado diretamente por um presidente de um clube, isso não posso", afirmou.

Sobre o clube que levou ao título por duas vezes, Vítor Pereira voltou a elogiar o trabalho desenvolvido por Sérgio Conceição, "um treinador à FC Porto".

"Tem um discurso muito motivador. Conhece bem o clube por dentro, o espírito do clube. Só conseguimos entusiasmar se estivermos entusiasmados. Essa exigência que se cria, um bocadinho o discurso emocional e agressivo, é um bocado caraterístico do ADN do clube", concluiu.